Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- O principal destaque desta quarta-feira, 10, é o depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ao congresso americano.
No cenário corporativo, a Microsoft decidiu abrir mão de sua cadeira no conselho da OpenAI, enquanto, na economia, os dados fracos da inflação chinesa indicam uma recuperação mais lenta nessa importante economia.
No Brasil, o destaque fica para a divulgação da inflação.
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1. Powell retorna ao Capitólio
O presidente do Federal Reserve Jerome Powell retorna ao Capitólio na quarta-feira, para o segundo dia de seu depoimento semestral no Congresso, desta vez perante a Câmara dos Deputados. Powell apontou o recente esfriamento do mercado de trabalho, em depoimento perante o Comitê Bancário do Senado na terça-feira, como um fator cada vez mais importante para decidir quando o banco central dos EUA começará a cortar as taxas de juros.
"A inflação elevada não é o único risco que enfrentamos", disse Powell na terça-feira, observando que o "mercado de trabalho esfriou de forma realmente significativa em muitas medidas".
"Reduzir a restrição da política muito tarde ou muito pouco poderia enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego", disse Powell, depois de observar que os indicadores do mercado de trabalho "voltaram a ficar mais ou menos onde estavam na véspera da pandemia".
Os participantes do mercado consideraram esses comentários como se o chefe do Fed estivesse preparando o terreno para um corte em setembro, reconhecendo que a inflação não é o único fator na decisão da política monetária, mas procurarão mais refinamento em seus comentários mais tarde na sessão.
Os futuros das ações dos EUA pouco mudaram na quarta-feira, com os investidores aguardando a segunda rodada de depoimentos do chefe do Fed, Jerome Powell, no Capitólio. Às 8h03 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava 0,01% mais baixo, enquanto o S&P 500 futuros subia 0,15%, e o Nasdaq 100 futuros ganhava 0,27%.
O S&P 500 index, de base ampla, e o Nasdaq Composto, de alta tecnologia, fecharam em novos recordes de alta na terça-feira, depois que o diretor do Fed, Jerome Powell, deu a entender que o banco central poderia em breve começar a flexibilizar a política monetária, enquanto o Dow Jones Industrial Average, de blue chip, teve desempenho inferior. Powell continua seu depoimento na quarta-feira, desta vez perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.
Há poucos dados econômicos significativos dos EUA programados para quarta-feira, e todas as atenções estarão voltadas para a leitura de junho do índice de preços ao consumidor na quinta-feira, que muitos consideram um teste importante para o mercado e para as perspectivas de cortes nas taxas.
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2. Microsoft abre mão de assento no conselho da OpenAI
A Microsoft (NASDAQ:MSFT) desistiu de seu assento de observador no conselho da OpenAI, em meio ao escrutínio regulatório da inteligência artificial generativa nos EUA e na Europa. A gigante do software declarou que tal posição não era mais necessária, dada a melhoria na governança da startup de IA nos últimos oito meses.
"Nos últimos oito meses, testemunhamos um progresso significativo por parte da diretoria recém-formada e estamos confiantes na direção da empresa. Diante de tudo isso, não acreditamos mais que nosso papel limitado como observador seja necessário", disse a empresa em uma carta à OpenAI datada de 9 de julho.
Um porta-voz da OpenAI disse que a empresa estabelecerá uma nova abordagem de engajamento, realizando reuniões regulares com as partes interessadas e parceiros estratégicos, como a Microsoft e a Apple (NASDAQ:AAPL).
A Microsoft assumiu uma posição de observadora, sem direito a voto, no conselho da OpenAI em novembro do ano passado, depois que o CEO da OpenAI, Sam Altman, retomou as rédeas da empresa.
O assento de observador e o investimento de mais de US$ 10 bilhões da Microsoft na OpenAI provocaram inquietação entre os órgãos de fiscalização antitruste na Europa, Grã-Bretanha e Estados Unidos sobre o grau de controle que a empresa exerce sobre a OpenAI.
VEJA: Cotações das ações americanas no pré-mercado
3. Deflação do consumidor chinês
A inflação ao consumidor encolheu em junho em uma base mensal, enquanto o inflação ao produtor contraiu-se pelo vigésimo mês consecutivo, apontando para uma recuperação muito lenta da segunda maior economia do mundo.
A inflação mensal do IPC encolheu 0,2% em junho, em comparação com as expectativas de uma contração de 0,1%, enquanto, em uma base anual, a inflação cresceu 0,2% em relação ao ano anterior em junho, abaixo das expectativas de uma impressão de 0,4%.
A leitura fraca do IPC ocorre quando os consumidores reduziram seus gastos discricionários, assustados pelo desemprego relativamente alto, bem como pelas preocupações com a desaceleração do mercado imobiliário.
A falta de brilho nos gastos dos consumidores apresenta mais ventos contrários de curto prazo para o país e sugere a probabilidade de mais medidas de estímulo por parte do governo chinês.
A inflação do índice de preços ao produtor encolheu 0,8% em junho, uma melhora em relação à contração de 1,4% observada no mês anterior, e encolheu em seu ritmo mais lento desde fevereiro de 2023.
CONFIRA: Cotação dos principais índices globais
4. Petróleo cai com dados fracos da inflação chinesa
Os preços do petróleo caíram na quarta-feira, aumentando as perdas da sessão anterior, já que os dados fracos da inflação chinesa levantaram preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.
Às 8h03, os futuros do petróleo dos EUA (WTI) caíram 0,14%, para US$81,30 por barril, enquanto o contrato Brent caiu 0,19%, para US$84,50 por barril.
Preocupações com a deflação na China, o maior importador mundial de petróleo bruto, pesaram sobre o mercado de petróleo na quarta-feira, embora um aumento maior do que o esperado nos estoques dos EUA tenha limitado as perdas.
Dados do Instituto Americano do Petróleo, divulgados na terça-feira, mostraram que os estoques de petróleo dos EUA caíram 1,9 milhão de barris na semana passada, com a continuação da temporada de verão.
Ambos os índices de referência perderam cerca de 3% nas três sessões anteriores, com sinais de que o setor de energia do Texas saiu relativamente ileso do furacão Beryl.
ACOMPANHE: Cotações das commodities
5. IPCA em foco no Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta quarta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, indicador oficial de inflação do país. A expectativa consensual é de que o indicador tenha subido 0,32% no mês passado, após alta de 0,46% em maio. Dessa forma, o indicador passaria de 3,93% para 4,35%.
A leitura deve contabilizar efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul. Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, espera uma desaceleração mensal nos grupos de habitação, vestuário, saúde e higiene, mas principalmente em transportes, que podem ter deflação, “devido a quedas de preços em combustíveis e passagens aéreas”. Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas deve registrar aceleração.
Às 8h03 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) perdia 0,17% no pré-mercado.
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