Por Geoffrey Smith
Investing.com - Biden lidera a corrida eleitoral por 10 pontos a frente de Trump na reta final de campanha. Os PMIs pintam um cenário otimista para a manufatura na China e na Europa, apesar do Reino Unido ter entrado na lista de lockdowns.
A política e o petróleo empurram o rublo russo para o nível mais baixo em seis meses, e a Berkshire Hathaway de Warren Buffett divulga balanço.
Mercados fechados no Brasil por causa do feriado. Veja que está movendo os mercados internacionais na segunda-feira, 2 de novembro
1. Trump mobiliza os advogados
Uma pesquisa do The Wall Street Journal e da NBC indicou que o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, está à frente do presidente Donald Trump por 10 pontos, por 52% a 42%, faltando apenas dois dias para as eleições presidenciais e para o Congresso. No entanto, a mesma pesquisa indicou que a liderança de Biden havia diminuído para 6% ou menos em alguns estados-chave da campanha eleitoral, colocando alguns deles dentro da margem de erro.
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Trump, no fim de semana, mais uma vez sinalizou sua intenção de contestar qualquer resultado que vá contra ele, dizendo aos repórteres que: “Na noite de - assim que a eleição acabar - iremos com nossos advogados”.
Ele estava se referindo em particular ao endosso da Suprema Corte de uma decisão da Suprema Corte da Pensilvânia que permitirá que as cédulas sejam contadas mesmo que cheguem até três dias após a votação. O Serviço Postal dos EUA está lutando para entregar milhões de votos enviados a tempo para terça-feira.
De acordo com a Constituição, as legislaturas estaduais e os tribunais têm controle sobre a organização das eleições. A Suprema Corte está ansiosa para ficar fora do processo tanto quanto possível.
2. Reino Unido volta ao lockdown, mas PMIs europeus sobem
O Reino Unido seguiu a França e a Alemanha no aumento das restrições para virar a maré crescente da Covid-19 que ameaça inundar o sistema de saúde do país. O chefe do Tesouro, Rishi Sunak, anunciou uma grande extensão dos esquemas de apoio salarial do país para apoiar os negócios, mas os mercados do Reino Unido apresentaram desempenho inferior ao resto da Europa.
O melhor desempenho dos mercados da zona do euro deveu-se em grande parte a uma revisão em alta do índice de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) industrial da IHS Markit para outubro. Com 54,8, este foi o maior em mais de dois anos. No entanto, o IHS relatou que as empresas ainda estavam dispensando mão de obra e relatando prazos de entrega mais longos devido a interrupções decorrentes da pandemia.
Uma pesquisa do Financial Times com economista sugeriu que a economia da zona do euro vai encolher 2,3% no quarto trimestre, devido às últimas medidas de saúde pública.
3. Ações dos EUA devem se recuperar do outubro vermelho
Os mercados de ações dos EUA devem se recuperar no início do pregão de seu pior desempenho mensal desde março.
Por volta das 09h31, os futuros de Dow 30 subiam 426 pontos, ou 1,61%, enquanto o contrato futuro S&P 500 subia 1,37% e o Nasdaq futuros avançava 1,08%.
A recuperação ocorre apesar do aumento do número de infecções por Covid-19 que praticamente garantem um aumento nas admissões hospitalares e mortes após a eleição, independentemente do resultado. O número de hospitalizações, de 47.000, já aumentou quase 60% em relação a setembro, enquanto cinco das maiores contagens diárias de novas infecções ocorreram nos últimos oito dias. O número de mortos nos EUA agora é de mais de 231.000, de acordo com dados da Johns Hopkins.
4. PMI ISM dos EUA, balanços de Berkshire Hathaway e Mondelez
O Instituto de Gerente de Compras (ISM, na sigla em inglês) divulgará o PMI industrial nos EUA às 12h00. O dado do ISM será um contraponto aos números europeus e chineses divulgados anteriormente pela IHS e Caixin.
O PMI Caixin da China subiu mais do que o esperado, atingindo o seu nível mais alto em mais de seis anos.
Em meio aos balanços corporativos, a Berkshire Hathaway (NYSE:BRKb) (SA:BERK34) apresenta nesta manhã, junto com a Mondelez (NASDAQ:MDLZ) (SA:MDLZ34), Estee Lauder (NYSE:EL) (SA:ELCI34) e Loews (NYSE:L) (SA:L1OE34). Skyworks (NASDAQ:SWKS) (SA:S1SL34) e Williams (NYSE:WMB) (SA:W1MB34) reportam após o fechamento do mercado.
5. Petróleo russo, produtores de trigo preocupados, resultado da eleição de vírus
O rublo russo caiu para seu nível mais baixo desde março e testou uma nova mínima de cinco anos em relação ao dólar devido às preocupações com o que espera o país após as eleições nos EUA. Os analistas preveem novas sanções duras contra a Rússia se o Partido Democrata vencer as eleições, como punição adiada pela extensa interferência russa nas eleições de 2016 por meio da mídia social e outros canais.
O dólar subiu até 80,92 rublos antes de retroceder moderadamente, em meio a relatos de intervenção do banco central para apoiar a moeda. Reforçando a fraqueza do rublo está o colapso contínuo dos preços do petróleo, que atingiu novas mínimas de cinco meses no fim de semana.
Os futuros do petróleo dos EUA estavam na casa de US$ 35 o barril às 09h36, enquanto Brent estava pouco acima de US$ 37 o barril. O ministro da Energia, Alexander Novak, se reunirá com os produtores de petróleo do país na segunda-feira, de acordo com a Interfax.
Outro efeito colateral da fraqueza do rublo é o aperto nos preços do trigo na Europa, já que os fazendeiros russos teriam suspendidos as vendas até ver como o rublo reage ao resultado da eleição.