Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com – A FedEx surpreendeu com um forte balanço em Wall Street, enquanto a Nike alertou para uma possível queda na receita, o que acabou provocando reações distintas dos investidores aos anúncios.
Ainda no cenário corporativo, a Apple enfrenta um processo antitruste, mas o mercado americano deve encerrar a semana com fortes ganhos.
Já no Brasil, a arrecadação federal atingiu o maior valor para o mês de fevereiro desde o início da série histórica há 30 anos.
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1. FedEx dispara com crescimento surpreendente dos lucros
As ações da FedEx (NYSE:FDX) registravam fortes ganhos antes da abertura das Bolsas em Nova York, após a empresa de logística reportar lucros do terceiro trimestre fiscal de 2024 acima das expectativas, apesar das incertezas econômicas.
Às 7h58 (de Brasília), os papéis da FedEx registraram uma alta de 12% nas negociações pré-mercado.
O lucro ajustado da FedEx para o trimestre alcançou US$ 966 milhões, ou US$ 3,86 por ação, superando as previsões, enquanto a receita trimestral foi de US$ 21,7 bilhões, abaixo dos US$ 22,2 bilhões do mesmo período do ano anterior.
A transportadora ajustou sua projeção de lucros para o ano fiscal de 2024, elevando o piso e reduzindo o teto, e anunciou planos para recomprar US$ 500 milhões em ações no trimestre atual, com um novo programa de recompra de ações de US$ 5 bilhões em andamento.
A unidade Express, que realiza entregas noturnas e vinha enfrentando dificuldades, apresentou boas notícias, com sua margem operacional subindo 2,5%, em comparação com 1,2% do ano anterior.
A unidade, a maior da FedEx, vinha lidando com a queda nos volumes, já que seu maior cliente, o Serviço Postal dos EUA (USPS), tem preferido serviços terrestres mais baratos em vez dos serviços aéreos de maior margem.
A FedEx informou que está em negociações para um novo contrato de vários anos com o USPS, sendo que o contrato atual expira no final de setembro.
No entanto, a empresa expressou cautela sobre o futuro, prevendo que a receita será "afetada por condições macroeconômicas instáveis que impactam negativamente a demanda dos clientes por nossos serviços e limitam o crescimento da receita".
Os futuros das ações dos EUA subiram na sexta-feira, caminhando para fortes ganhos semanais, após o Federal Reserve manter a perspectiva de três cortes nas taxas de juros este ano, mesmo com uma perspectiva econômica mais forte.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava 0,12% mais alto, o S&P 500 futuros havia subido 0,12%, e o Nasdaq 100 futuros havia ganhado 0,11%.
Todos os principais índices fecharam em alta na quinta-feira, com novos recordes de fechamento. Esta foi a quarta sessão consecutiva de ganhos, com todas as médias caminhando para ganhos semanais de mais de 2%.
Com poucos dados econômicos para alterar o tom na sexta-feira, grande parte da atenção pode se voltar para o setor corporativo.
FedEx, Nike e Apple devem estar no centro das atenções, enquanto a Lululemon (NASDAQ:LULU) caiu no pré-mercado após a varejista de roupas esportivas divulgar uma orientação fraca devido à desaceleração do crescimento na América do Norte.
ACOMPANHE: Cotações das ações americanas
2. Apple é alvo de processo antitruste do DoJ
Na quinta-feira, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) anunciou que está processando a Apple (NASDAQ:AAPL) em um caso antitruste sem precedentes, com a fabricante do iPhone se tornando a mais recente gigante da tecnologia a ser acusada de operar monopólios e abusar de seu poder.
O DoJ alega que a Apple impôs restrições de software e hardware em seus iPhones e iPads para impedir a concorrência efetiva.
"O curso de conduta da Apple reforçou e ampliou a barreira em torno de seu monopólio de smartphones", segundo o processo.
O processo representa um risco significativo para o modelo de negócios da Apple - suas ações caíram mais de 4% na quinta-feira - com o governo não descartando a possibilidade de desmembrar uma das maiores empresas do mundo.
A Apple não é a única a atrair a ira do governo dos EUA, com a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), a Meta Platforms (NASDAQ:META) e a Amazon (NASDAQ:AMZN) também enfrentando processos judiciais.
3. Nike prevê queda na receita para 2025
As ações da Nike (NYSE:NKE) sofreram uma queda expressiva no pré-mercado, após a líder global em vestuário esportivo prever uma redução na receita para o primeiro semestre do ano fiscal de 2025, em um esforço para cortar custos através da diminuição de franquias.
Às 7h58 (de Brasília), os papéis da Nike registraram uma queda de 6,7% nas negociações pré-mercado.
A Nike admitiu que sua estratégia de venda direta ao consumidor não está impulsionando o crescimento conforme o esperado e que está perdendo espaço no segmento de corrida, com marcas emergentes ganhando participação de mercado.
Apesar disso, o desempenho da empresa no terceiro trimestre superou as expectativas, com receita e lucro acima das projeções, graças aos descontos da temporada de férias e ao lançamento de novos modelos de tênis.
A Nike reportou um aumento de 3% nas vendas na América do Norte, seu maior mercado, e um crescimento de 5% na Grande China, permitindo que a gigante do varejo mantivesse sua previsão de crescimento de receita de 1% para o ano fiscal de 2024.
4. Petróleo operava estável com possibilidade de cessar-fogo em Gaza
Os preços do petróleo eram negociados perto da estabilidade nesta sexta-feira pela manhã, influenciados por notícias de um possível cessar-fogo em Gaza, o que poderia amenizar as tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Às 8h, os futuros do petróleo dos EUA eram negociados com alta de 0,15%, a US$ 81,19 por barril, enquanto o contrato do Brent registrava ganho de 0,09%, para US$ 85,86 por barril.
Os dois índices de referência recuaram após relatos de que os EUA estão prontos para apresentar um projeto de resolução das Nações Unidas para um cessar-fogo imediato em Gaza, possivelmente ainda hoje.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que acredita que as negociações no Catar podem resultar em um acordo de cessar-fogo em Gaza entre Israel e o Hamas.
Um cessar-fogo representaria uma diminuição significativa no conflito entre Israel e Hamas e poderia eliminar algumas incertezas sobre interrupções no fornecimento na região, principalmente devido aos ataques Houthi ao longo das rotas marítimas no Mar Vermelho.
Ambos os contratos devem encerrar a semana com leve queda, recuando das máximas de quatro meses, após terem subido mais de 3% na semana passada, com a perspectiva de restrição nos suprimentos globais e aumento da demanda.
CONFIRA: Cotações das commodities
5. Arrecadação de fevereiro recorde no Brasil
A arrecadação do governo federal totalizou R$ 186,5 bilhões em fevereiro, expansão real de 12,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Receita Federal. Esse foi o maior indicador já registrado para o mês de fevereiro da série histórica – recorde em 30 anos.
O aumento ocorre após uma série de medidas anunciadas pelo governo e aprovadas no Congresso para elevar a arrecadação, incluindo a tributação de fundos exclusivos de super-ricos, chamados "offshores", além de alterações na tributação de incentivos concedidos por estados.
Hoje deve ser divulgado o relatório de avaliação de receitas e despesas primárias de 2024, recorda a Warren Investimentos, documento que levará em conta os dados dos primeiros dois meses do ano para a tomada de decisões sobre execução orçamentária futura, como bloqueios e contingenciamentos.
“O governo central tem a ambiciosa meta de zerar o déficit primário neste ano e conta especialmente com o crescimento da arrecadação para atingir este objetivo”, destaca a Warren.
Às 8h (de Brasília), o ETF (NYSE:EWZ) estava estável no pré-mercado.
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