Por Peter Nurse e Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - A Câmara aprovou a MP que permite a privatização da Eletrobras (SA:ELET3), enquanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala hoje no Congresso americano. A Evergrande (HK:3333), a maior incorporadora imobiliária da China, enfrenta dificuldades de financiamento. Enquanto isso, os futuros do petróleo se consolidam após ganhos recentes. Aqui está o que está movimentando os mercados na terça-feira, 22 de junho.
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1. MP da Eletrobras aprovada
O destaque do dia é a aprovação ontem (21), na Câmara, da Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras. O texto segue agora para sanção presidencial, mas corre o risco de enfrentar processos de judicialização após a inclusão de trechos alheios ao tema central do texto.
Uma das propostas previstas, entre outras medidas, é a emissão de novas ações da estatal, a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União.
Enquanto isso, o governo federal vem implementando ações para garantir o fornecimento de energia elétrica no Brasil e não está tomando quaisquer medidas objetivando o racionamento de energia elétrica, reafirmou em nota o Ministério de Minas e Energia nesta segunda-feira.
As ações em curso são necessárias para que não haja falta de energia, após o país ter registrado a pior estação chuvosa para os reservatórios de hidrelétricas em mais de 90 anos. A fonte hídrica é a principal geradora do país.
2. Powell segue para o Congresso
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, vai ao Capitólio nesta terça para fornecer aos legisladores americanos uma atualização sobre o apoio do banco central à economia durante a pandemia.
Ele deve apontar para uma melhora da economia, mencionando a probabilidade de novos ganhos de empregos nos próximos meses, mas são os recentes ganhos acentuados na inflação, que levaram à guinada mais agressiva dos membros do FOMC na semana passada, que deve provocar mais discussão.
Enquanto isso, as ações americanas devem abrir ligeiramente em queda na terça, devolvendo alguns dos ganhos acentuados de segunda, antes do testemunho de Powell ao Congresso.
Às 7h20, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíam perto de 0,1%.
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3. White Square em foco
Uma das frases mais comuns usadas nos círculos de investimento é "nunca lute contra o Fed", o que significa que os investidores devem alinhar suas escolhas com as ações do Federal Reserve. No entanto, os fundos de hedge também descobriram, a seu custo, o poder do investidor de varejo.
O Financial Times informou na terça-feira que o White Square (NYSE:SQ) Capital, um fundo de hedge com sede em Londres, está fechando depois de sofrer perdas pesadas ao apostar contra a problemática varejista de videogames dos EUA, GameStop (NYSE:GME).
A GameStop foi a ação meme original - empresas que sofreram durante a pandemia, mas viram os preços de suas ações subirem drasticamente por investidores de varejo, coordenados em fóruns online, muitas vezes em detrimento dos fundos de hedge de venda a descoberto.
A ação da varejista caiu mais de 6% na segunda-feira, mas ainda está em alta de quase 1000% no acumulado do ano, tendo subido de cerca de US$ 20 no início do ano para mais de US$ 200.
4. Bancos chineses restringem crédito de Evergrande
As dificuldades de financiamento não são exclusividade da comunidade de fundos de hedge, com a Evergrande Group, uma incorporadora imobiliária altamente endividada na China, também enfrentando problemas.
Vários grandes bancos chineses estão restringindo o crédito à empresa, de acordo com a Bloomberg, em meio a preocupações crescentes sobre a saúde financeira da companhia.
A incorporadora tem lutado para cumprir os recentes limites regulatórios de empréstimos mais rígidos, já que as autoridades chinesas se preocupam com o potencial da dívida corporativa em desestabilizar o sistema financeiro do país. A Evergrande e suas subsidiárias têm títulos no valor de US$ 28,1 bilhões, de acordo com dados do Refinitiv.
5. Petróleo se consolida após Brent romper US$ 75 o barril
Os preços do petróleo se consolidaram na terça, depois de subir para novas máximas, com o benchmark internacional Brent acima de US$ 75 o barril pela primeira vez desde abril de 2019.
Perto das 7h20, os futuros do WTI subiam 0,7% para US$ 72,58 o barril, após alta de 2,8% na segunda-feira, enquanto o Brent avançava 0,6% para US$ 74,45.
A possibilidade de o petróleo iraniano chegar ao mercado está agora em banho-maria, com as negociações nucleares suspensas após a eleição de um novo presidente em Teerã. Os investidores estão voltando as atenções mais uma vez para a recuperação econômica global e o aumento da demanda por petróleo.
O número de americanos voando atingiu um pico pós-pandemia de 2,1 milhões de pessoas no domingo, e a média móvel de sete dias subiu para mais de 1,9 milhão. Além disso, a Europa está abrindo tráfego para vários países, incluindo os EUA, a fim de permitir que os visitantes passem férias no continente.
A recuperação nas viagens internacionais pode levar o petróleo a chegar a US$ 100 o barril no próximo ano, afirmaram analistas do {{0|Bank of America]], em relatório, na segunda-feira, com o consumo global de petróleo continuando a superar a oferta. O petróleo não é negociado nesse nível desde 2014.