Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Wall Street está sendo negociada em ligeira baixa nesta quinta-feira, com o decepcionante guidance de vendas da gigante de software Adobe pesando sobre o sentimento. O Bitcoin subiu acima de US$ 100.000 novamente, enquanto se espera que o Banco Central Europeu flexibilize a política monetária, depois que o Banco Nacional Suíço fez um corte de 50 pontos-base. No Brasil, Banco Central acelera alta na taxa de juros.
Veja agora mais detalhes dos assuntos que estão movimentando os mercados hoje!
1. O BCE fará cortes, mas em quanto?
Os bancos centrais estão no centro das atenções à medida que o ano chega ao fim, com a última reunião de política do Banco Central Europeu prevista para ser concluída hoje, antes do Federal Reserve na próxima semana e depois que o Banco Nacional Suíço fez um corte de 50 pontos-base.
Espera-se que o BCE reduza as taxas de juros ainda nesta quinta-feira, e a verdadeira questão no mercado é: em quanto?
O banco central já cortou as taxas em três de suas últimas quatro reuniões e espera-se que se comprometa com mais 25 pontos-base de flexibilização desta vez.
Dito isso, tem havido um debate significativo sobre se a política de flexibilização está sendo rápida o suficiente para apoiar uma economia que corre o risco de recessão, enfrentando instabilidade política no país e a perspectiva de uma nova guerra comercial com os Estados Unidos - especialmente com a inflação quase de volta à meta.
Qualquer que seja a decisão do BCE hoje, não há dúvida de que haverá mais flexibilização: Os mercados estão prevendo reduções em todas as reuniões até junho, seguidas de pelo menos um corte adicional no último semestre de 2025.
O Banco Central da Suíça deu início ao processo de corte de taxas na quinta-feira, reduzindo sua taxa básica de juros em 50 pontos-base, enquanto tentava lidar com o forte franco suíço e com a inflação deprimida.
A Suíça se tornou a primeira grande economia a afrouxar as rédeas de sua política monetária em março, implementando quatro reduções este ano na batalha para domar a valorização da moeda nacional e as quedas nos preços ao consumidor.
Recentemente, o Presidente do SNB, Martin Schlegel, invocou a possibilidade de um retorno às taxas negativas, se necessário, para diminuir o apetite dos investidores pelo franco, que é um refúgio seguro.
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2. Futuros americanos ligeiramente mais baixos; Adobe cai
Os futuros de ações dos EUA caíram ligeiramente na quinta-feira, devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior, depois que o Nasdaq, de alta tecnologia, fechou acima do nível de 20.000 pela primeira vez.
Por volta das 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros recuou 0,19%, o S&P 500 futuros caiu 0,15%, e o Nasdaq 100 futuros perdeu 0,23%.
O Nasdaq Composto subiu quase 1,8% na quarta-feira, ultrapassando o limite de 20.000 e registrando um recorde histórico, depois que o relatório do índice de preços ao consumidor de novembro ficou em linha com as expectativas, levando os investidores a antecipar outro corte nas taxas do Federal Reserve em sua reunião de política na próxima semana.
O mercado amplo S&P 500 subiu 0,8%, enquanto a blue chip Dow Jones Industrial Average teve um desempenho inferior, caindo 0,2%.
Nos Estados Unidos, os dados mais recentes sobre a inflação revelaram um aumento de 0,3% no preços ao consumidor mês a mês, com uma taxa de crescimento anual de 2,7%.
Ambos os números se alinharam com as previsões dos economistas, oferecendo algum alívio aos mercados após a recente volatilidade.
A principal divulgação econômica é o relatório preços ao produtor de novembro, que deve mostrar que os preços mensais permaneceram inalterados em 0,2%, confirmando as expectativas de um corte nas taxas do Federal Reserve na próxima semana.
Em relação aos lucros corporativos, a Adobe (NASDAQ:ADBE) estará no centro das atenções depois que a gigante do software decepcionou com sua orientação de vendas, enquanto empresas como a gigante de chips Broadcom (NASDAQ:AVGO), a empresa de móveis para casa RH (NYSE:RH) e a varejista CostCo devem divulgar seus relatórios após o fechamento.
As ações da Adobe caíram nas negociações do pré-mercado depois que a gigante do software divulgou uma perspectiva decepcionante de vendas anuais, indicando que as recentes medidas da empresa para incorporar inteligência artificial em suas ofertas estavam demorando mais do que o esperado para gerar retornos.
A empresa previu uma receita anual para 2025 entre US$ 23,30 bilhões e US$ 23,55 bilhões, em comparação com as estimativas de US$ 23,78 bilhões, de acordo com dados compilados pela LSEG.
A Adobe, conhecida por seu software para profissionais de criação, aumentou seus investimentos em IA em meio ao aumento da concorrência de empresas menores, como a Stability AI e a Midjourney, cujo software de geração de imagens deve reduzir a participação de mercado da Adobe.
Mas a empresa ainda está lutando para rentabilizar seus recursos de IA, com a receita não conseguindo aumentar substancialmente, apesar da introdução dos próprios recursos de geração de imagem e vídeo da Adobe.
As ações da Adobe caíram quase 8% até o momento este ano, e são indicadas como 9% mais baixas nas negociações pré-mercado.
4. Bitcoin de volta acima de US$ 100.000, apesar do golpe da Microsoft (NASDAQ:MSFT)
O Bitcoin subiu na quinta-feira, ampliando uma recuperação durante a noite, já que o apetite pelo risco foi impulsionado pelos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que mantiveram os investidores apostando em grande parte em um corte na taxa de juros em dezembro.
A maior criptomoeda do mundo já havia recuperado todas as perdas sofridas na semana passada, além de parecer ter saído de uma faixa de negociação de US$ 90.000 a US$ 100.000 observada nas últimas semanas.
Às 8h (de Brasília), o Bitcoin subiu 2,41% para US$ 100.577,0.
A perspectiva de regulamentações de criptografia mais amigáveis nos EUA sob a presidência de Donald Trump manteve a maioria das principais criptomoedas com fortes ganhos na semana passada.
No entanto, os touros do bitcoin receberam um golpe depois que os acionistas da Microsoft votaram contra uma proposta para a empresa considerar a adição da moeda digital ao seu balanço patrimonial nesta semana.
A proposta foi apresentada por um grupo de reflexão - o National Center for Public Policy Research (Centro Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas) - e solicitava que a gigante da tecnologia considerasse investir em Bitcoin, argumentando que era uma proteção confiável contra a inflação.
Mas os acionistas rejeitaram a proposta, e o conselho da Microsoft também recomendou que ela não fosse aprovada. A empresa já sinalizou no passado que, embora considere as criptomoedas como um investimento, prefere ativos menos voláteis.
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4. O petróleo se mantém estável em meio a uma miríade de fatores diferentes
Os preços do petróleo pouco mudaram na quinta-feira, com os investidores digerindo uma série de fatores, incluindo o potencial para mais sanções dos EUA sobre o petróleo, novas medidas de estímulo na China e uma perspectiva sombria sobre a demanda de petróleo da OPEP.
Às 8h01, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam 0,01%, para US$ 70,28 por barril, enquanto o contrato Brent recuou 0,07, para US$ 73,47 por barril.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, declarou na quarta-feira que um mercado global de petróleo mais fraco poderia apresentar uma chance de ação adicional contra o setor de energia da Rússia.
Por outro lado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, conhecida como OPEP, cortou suas previsões para o crescimento da demanda de petróleo em 2024 e 2025, na quarta-feira, sua quinta revisão consecutiva para baixo.
Os dados de estoques do governo divulgados na quarta-feira mostraram que o estoques de petróleo dos EUA cresceram inesperadamente mais do que o esperado na semana até 6 de dezembro.
5. BCB brasileira sobe juros em um ponto percentual
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa de juros Selic em 1 ponto percentual ao final da reunião de dois dias. Com isso, a taxa passou de 11,25% para 12,25%, mais do que o esperado pelo consenso do mercado, que previa 12%.
A decisão do colegiado foi unânime e veio em linha com o esperado pela XP (BVMF:XPBR31), Goldman Sachs (NYSE:GS) e Deutsche Bank. O Copom prevê duas novas elevações de um ponto percentual nas próximas reuniões.
“O conselho sinalizou que está diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação para a meta”, destacou o Bank of America (NYSE:BAC), que esperava uma alta menor, de 0,75 ponto percentual.
“A magnitude total do ciclo de aperto permanece em aberto e, segundo o comunicado, dependerá da convergência da inflação para a meta”, completaram os economistas David Beker, Natacha Perez e Gustavo Mendes.
O ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 1,17% no pré-mercado.
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