Fique por dentro das principais notícias do mercado desta segunda-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 30.06.2025, 08:12
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros em Wall Street operam em alta nesta segunda-feira, graças à decisão do Canadá de retirar um imposto sobre serviços digitais que atingiria empresas de tecnologia dos Estados Unidos. A medida favorece o ambiente para a retomada de negociações comerciais.

Ao mesmo tempo, o Senado norte-americano inicia a análise de um ambicioso pacote de cortes de impostos e aumento de gastos, enquanto dados da China indicam contração industrial mais branda que o esperado.

No Brasil, os investidores analisarão dados fiscais e projeções econômicas a serem divulgados pelo banco central.

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1. Futuros dos EUA operam em território positivo

Os contratos futuros dos principais índices acionários dos EUA avançavam nesta manhã, refletindo o otimismo em torno de potenciais acordos comerciais. O bom humor se intensificou após a decisão canadense de suspender a cobrança de um imposto digital que afetaria gigantes do setor de tecnologia, alimentando expectativas de avanços diplomáticos por parte da Casa Branca.

Às 07h30 (horário de Brasília), o futuro do Dow Jones subia 250 pontos (+0,6%), o contrato do S&P 500 ganhava 23 pontos (+0,4%) e o do Nasdaq 100 avançava 109 pontos (+0,5%).

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na sexta-feira, o S&P 500 e o Nasdaq encerraram o dia em máximas históricas, com o índice de tecnologia consolidando um movimento de alta superior a 20% em relação ao seu último fundo — critério usual para caracterizar um bull market.

No radar macroeconômico, o índice de despesas com consumo pessoal dos EUA mostrou recuo inesperado nos gastos em maio, ao passo que a inflação seguiu acima da meta de 2% do Federal Reserve. Os dados reforçaram a possibilidade de flexibilização monetária.

As apostas de corte de juros em setembro agora giram em torno de 74%, segundo ferramentas de precificação de mercado, embora permaneça a chance de a medida ser antecipada para julho.

No cenário político, senadores republicanos aprovaram o início das discussões sobre sua versão do amplo projeto de lei de cortes de impostos e aumento de gastos apoiado por Donald Trump, mesmo diante da resistência de alguns membros do próprio partido e da oposição firme dos democratas.

Segundo estimativas de uma entidade independente, as medidas contidas na proposta podem adicionar aproximadamente US$ 3,3 trilhões à dívida pública dos EUA, que já soma US$ 36,2 trilhões, projeção válida para os próximos dez anos. Ainda assim, espera-se que o texto seja aprovado pelo Senado norte-americano, possivelmente já nesta segunda-feira.

Entre as principais iniciativas, o projeto prevê a extensão dos cortes de impostos implementados em 2017 durante o governo Trump, a redução de outras alíquotas e o aumento dos gastos com defesa e segurança nas fronteiras.

Os senadores devem agora se dedicar a várias horas de debate antes de iniciar a votação das emendas ao texto, etapa que poderá ser seguida pela deliberação final. Em caso de aprovação no Senado, o projeto ainda precisará passar pela Câmara dos Deputados.

O Congresso trabalha com o objetivo de entregar o pacote legislativo à mesa de Trump até 4 de julho, prazo estipulado pelos próprios parlamentares.

2. Canadá desiste de imposto digital e reabre canal com os EUA

O governo canadense anunciou a suspensão do imposto sobre serviços digitais que entraria em vigor nesta segunda-feira, em um esforço para reativar tratativas comerciais paralisadas com os Estados Unidos.

A taxação, que aplicaria alíquota de 3% sobre receitas digitais acima de US$ 20 milhões, teria efeito retroativo a 2022 e atingiria especialmente as big techs norte-americanas. A proposta havia sido duramente criticada pelo presidente Donald Trump, que chegou a encerrar temporariamente as negociações bilaterais e ameaçar novas tarifas sobre produtos canadenses.

Em nota oficial, o ministério das finanças do Canadá confirmou o recuo e indicou que apresentará legislação para formalizar a revogação do imposto. A medida abre caminho para um novo ciclo de negociações entre o primeiro-ministro Mark Carney e Trump, com o objetivo de concluir um acordo comercial até 21 de julho.

3. Indústria chinesa encolhe, mas em ritmo mais moderado

A atividade industrial da China voltou a mostrar retração em junho, mas o ritmo de queda foi ligeiramente inferior ao esperado. O PMI industrial divulgado pelo Departamento Nacional de Estatísticas marcou 49,7, acima da estimativa de 49,6 e superior ao resultado de 49,5 registrado em maio.

Com o indicador abaixo do nível de 50, o setor manufatureiro chinês completa o terceiro mês consecutivo em território contracionista. Ainda assim, a leve melhora na margem sugere certo alívio para os fabricantes domésticos.

Essa recuperação parcial ocorre após Estados Unidos e China concordarem, em maio, em reduzir suas respectivas tarifas comerciais. Além disso, ambos os países indicaram intenção de preservar o acordo firmado e estabelecer as bases para um entendimento mais amplo ainda neste mês. Uma eventual consolidação do pacto comercial pode favorecer os exportadores chineses no segundo semestre.

4. Petróleo recua com trégua no Oriente Médio e expectativa sobre a Opep+

As cotações do petróleo operavam em queda nesta manhã, refletindo a menor percepção de risco geopolítico na região do Golfo e a possibilidade de novo aumento de produção por parte da Opep+.

No momento da redação, o Brent cedia 0,2%, a US$ 66,66 por barril, enquanto o WTI recuava 0,4%, negociado a US$ 65,26.

Ambos os contratos encerraram a semana anterior com a pior performance semanal desde março de 2023, embora devam fechar junho com o segundo ganho mensal consecutivo acima de 5%.

A Opep+, que volta a se reunir em 6 de julho, deve aprovar mais uma rodada de aumento da oferta, o quinto ajuste mensal desde o início da reversão dos cortes de produção em abril. A sinalização de elevação contínua da produção limita o fôlego de alta da commodity.

5. Projeções econômicas e dados fiscais no Brasil

Na agenda econômica local, o foco recai sobre a divulgação do resultado fiscal consolidado de maio, com expectativa de piora no déficit nominal brasileiro, além de projeções econômicas colhidas pelo banco central junto a agentes de mercado.

Logo mais serão divulgados os dados do setor público consolidado referentes a maio, com expectativa de deterioração do resultado fiscal. A projeção é o Resultado Nominal apresente um déficit de R$ 116 bilhões, valor bem superior ao déficit de R$ 55,5 bilhões registrado em abril. Também teremos os indicadores de Resultado Primário, Dívida Bruta/PIB e Dívida Líquida/PIB, que são acompanhados para avaliar a sustentabilidade fiscal do país.

Ainda hoje, o banco central apresentará as últimas projeções dos agentes do mercado para a economia brasileira no boletim Focus. O último relatório mostrou que o mercado passou a projetar a manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025, após o aumento inesperado decidido pelo Copom na semana anterior. Para 2026, a taxa deve recuar a 12,50%.

A projeção para a inflação (IPCA) de 2025 caiu pela quarta semana seguida, ficando em 5,24%, enquanto a expectativa de crescimento do PIB subiu levemente para 2,21% neste ano e 1,85% em 2026.

O mercado também reduziu a estimativa para o dólar ao final de 2025, de R$5,77 para R$5,72, mantendo a previsão para 2026 em R$5,80.

Os demais indicadores, como contas externas, balança comercial e dívida pública, permaneceram praticamente estáveis.

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