Lucro do BB tomba 60% no 2º tri; banco reduz payout para 30%
Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em queda nesta sexta-feira, enquanto investidores digerem os desdobramentos envolvendo a retomada de tarifas comerciais sob o governo Trump e o impasse nas negociações com a China.
O indicador preferido do Federal Reserve para medir a inflação será divulgado hoje, enquanto a aliança de países produtores de petróleo Opep+ se reúne neste fim de semana para revisar sua política de produção.
No Brasil, os investidores aguardam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) para o primeiro trimestre do ano.
1. Tarifas de Trump em vigor novamente
A tensão comercial voltou a ganhar tração após o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA considerar que o presidente Donald Trump ultrapassou seus poderes ao implementar tarifas unilaterais. A corte concedeu dez dias para a reversão da medida.
Trump, por sua vez, recorreu prontamente, e o tribunal de apelações determinou a manutenção das tarifas durante a análise do recurso. Embora a decisão não antecipe um veredito definitivo, ela amplia o ambiente de incerteza, postergando decisões corporativas relacionadas a investimentos, contratações e custos de financiamento.
Em declarações subsequentes, o presidente exaltou a posição da corte de apelações e sinalizou a intenção de preservar o arcabouço tarifário por vias alternativas.
O plano tarifário delineado em abril visava impor sobretaxas sobre produtos de parceiros comerciais com superávits elevados frente aos EUA. Inicialmente previstas para vigorar de forma permanente, as medidas foram prorrogadas por 90 dias com o objetivo de pressionar por concessões em futuras tratativas comerciais.
2. Negociações comerciais entre EUA e China estagnadas
No cenário internacional, os avanços entre Washington e Pequim mostram sinais de exaustão.
Embora um acordo provisório tenha suspendido parte das tarifas por três meses, as conversas perderam ritmo.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, admitiu ontem que as negociações esfriaram, sugerindo que uma intervenção direta entre Trump e o líder chinês Xi Jinping pode ser necessária. Segundo Bessent, a complexidade das discussões exige engajamento de alto nível, embora mantenha confiança na disposição do governo chinês em dialogar assim que as prioridades norte-americanas forem explicitadas.
O acordo preliminar gerou alívio nos mercados, mas não enfrentou as questões estruturais por trás das tarifas, sobretudo a crítica norte-americana ao modelo estatal-exportador da China.
3. Futuros dos EUA em queda
Antes da abertura das Bolsas em Nova York, os principais índices futuros das ações registravam leve queda.
Por volta das 7h45 de Brasília, o S&P 500 futuro recuava 0,1%, enquanto os contratos do Nasdaq 100 e do Dow Jones Industrial Average recuavam 0,2%.
A instabilidade jurídica quanto às tarifas impôs mais um obstáculo ao investidor no encerramento de um mês que, apesar das turbulências, apresentou retorno elevado para os ativos de risco. O S&P 500 acumula mais de 6% de valorização em maio, enquanto o Nasdaq sobe 10% e o Dow Jones avança cerca de 4%.
Além disso, o mercado monitora a divulgação dos dados de inflação pelo índice PCE, com expectativa de que o núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, registre alta mensal de 0,1%, o que levaria a taxa anualizada para 2,5%, ligeiramente abaixo dos 2,6% observados no mês anterior. O resultado pode adicionar volatilidade, especialmente diante do cenário de políticas comerciais inconsistentes.
O Fed optou por manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5% na última reunião, mantendo postura cautelosa enquanto avalia os efeitos macroeconômicos do ambiente regulatório vigente.
4. Petróleo oscila antes da reunião da Opep
Os contratos futuros de Brent e WTI sobem nesta sexta, mas seguem a caminho de encerrar a semana no vermelho.
No momento da redação, o Brent era cotado a US$ 63,80, alta de 0,71%, enquanto o WTI girava em US$ 61,45, avanço de 0,82%, no mercado futuro.
Ambos acumulam retração semanal próxima a 1,5%, o que marcaria a segunda semana consecutiva de queda, pressionados pela aversão a risco associada às políticas tarifárias de Trump. Desde o anúncio das chamadas tarifas do "Dia da Libertação", em 2 de abril, o petróleo perdeu mais de 10% de valor.
A Opep+, grupo que reúne a Opep e seus aliados, realiza neste sábado sua reunião ordinária, com a expectativa de ratificar novo aumento de produção a partir de julho. O grupo já havia autorizado incrementos de 411 mil barris diários nas duas últimas reuniões.
5. PIB do Brasil
O grande destaque do calendário econômico da semana é a divulgação do PIB do Brasil no primeiro trimestre de 2025 nesta sexta-feira às 9 h de Brasília, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As projeções para o PIB no 1º tri apontam crescimento de cerca de 1,4% frente ao período anterior, refletindo uma aceleração da atividade puxada principalmente pelo agronegócio, que voltou a crescer após retração em 2024.
Estimativas do IBC-Br, do banco central, e do Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), indicam avanços de 1,3% e 1,6%, respectivamente, com destaque para a agropecuária, que teria subido até 12,2% no período.
Apesar do desempenho robusto no início do ano, o mercado prevê perda de fôlego nos trimestres subsequentes, devido ao impacto defasado da taxa Selic em 14,75% ao ano, mantida elevada para combater a inflação.
Ainda assim, o consumo das famílias tende a se manter resiliente, amparado por políticas públicas e um mercado de trabalho aquecido, com desemprego no menor nível histórico para o período.