Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 06.06.2025, 08:05
© Reuters.

Investing.com – Os principais índices futuros das bolsas norte-americanas operam em território positivo nesta sexta-feira, em meio ao embate entre o presidente Donald Trump e o megaempresário Elon Musk. O confronto impacta os papéis da Tesla (NASDAQ:TSLA), gerando uma perda expressiva em valor de mercado.

Investidores permanecem atentos à divulgação de dados sobre o mercado de trabalho (payroll) nos EUA, enquanto ações chinesas de primeira linha recuam, após diálogo entre Trump e o presidente Xi Jinping acerca das tensões comerciais.

No Brasil, o mercado deve repercutir novos dados de inflação para os meses de maio e abril.

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1. Futuros em Wall Street em alta

Os contratos futuros dos principais índices de Wall Street sobem na última sessão da semana, em meio à repercussão do embate verbal entre Trump e Musk e à expectativa pela divulgação do payroll, relatório chave do mercado de trabalho americano.

Às 07h45 de Brasília, o Dow Jones avançava 119 pontos, ou 0,28%, enquanto o S&P 500 subia 25 pontos, também 0,4%, e o Nasdaq 100 ganhava 79 pontos, com a mesma variação percentual, no mercado futuro.

Os principais índices encerraram o pregão anterior em queda, após um dia de elevada volatilidade. A Tesla foi particularmente penalizada pela deterioração da relação entre Trump e Musk, contexto que também gerou ceticismo quanto ao andamento das negociações comerciais globais, após uma ligação entre o mandatário americano e seu homólogo chinês.

Além disso, os investidores digeriram o segundo aumento consecutivo nos pedidos iniciais semanais de seguro-desemprego e as declarações do presidente do Federal Reserve de Kansas City, Jeff Schmid, que manifestou preocupações com os efeitos inflacionários decorrentes das tarifas abrangentes propostas por Trump. As falas de Schmid reforçaram a perspectiva de manutenção dos juros na próxima reunião do Fed, com possibilidade de extensão dessa postura por um período mais longo.

2. Briga entre Trump e Musk

Há sinais de que o confronto entre Trump e Musk pode perder intensidade. À Politico, o presidente declarou que o relacionamento está “ok” e “indo muito bem, nunca esteve melhor”.

Segundo a mesma fonte, a Casa Branca estaria articulando uma ligação entre os dois ainda hoje, numa tentativa de conter a escalada do conflito.

A tensão surge após a troca de críticas entre ambos sobre um volumoso pacote de gastos defendido por Trump, que vem sendo duramente contestado por Musk. O empresário, que recentemente optou por se afastar de temas políticos para concentrar-se nas suas empresas, questionou os custos elevados envolvidos no projeto legislativo apelidado pelo presidente como “grande e belo”.

O embate escalou na quinta-feira, migrando para as redes sociais, com acusações mútuas sobre méritos na vitória eleitoral de Trump. As trocas incluíram ameaças veladas por parte de ambos os lados.

Trump chegou a mencionar publicamente a possibilidade de cortar bilhões de dólares em subsídios federais para as empresas de Musk, provocando uma queda superior a 14% nas ações da Tesla. O recuo retirou cerca de US$ 150 bilhões em capitalização de mercado, e reduziu o patrimônio líquido de Musk em aproximadamente US$ 27 bilhões, para US$ 388 bilhões, segundo estimativas da Forbes divulgadas pela Reuters.

Em contrapartida, Musk ventilou a criação de um novo partido político, sugeriu a inclusão de Trump em documentos oficiais ligados ao financista Jeffrey Epstein, e insinuou apoio a um eventual processo de impeachment.

3. Payroll de maio

O foco do mercado nesta sexta-feira recai sobre o relatório de empregos urbanos (payroll), divulgado pelo Departamento do Trabalho dos EUA. O dado é visto como crucial para aferir o impacto econômico da política tarifária mais agressiva adotada por Trump.

Economistas consultados projetam a criação de 126 mil postos de trabalho em maio, número inferior aos 177 mil registrados em abril. A taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,2%.

Segundo analistas do ING, há uma expectativa de que o resultado venha aquém do esperado, o que poderia reforçar a percepção de risco recessivo nos Estados Unidos.

Relatórios anteriores, como o da ADP, já haviam sinalizado uma desaceleração na geração de empregos no setor privado. Ainda que a correlação entre esse indicador e o payroll oficial seja limitada, o dado reforça a incerteza quanto ao vigor do mercado de trabalho americano diante da atual conjuntura comercial.

Além disso, o número de vagas abertas aumentou em abril, mesmo com um crescimento nas demissões, o que pode indicar enfraquecimento na demanda por força de trabalho.

4. Petróleo a caminho de ganhos semanais

Apesar da queda registrada nesta manhã, os contratos futuros de petróleo caminham para encerrar a semana em território positivo, por expectativas de um aperto maior na oferta global do que o inicialmente estimado.

No momento da redação, tanto o barril do Brent quanto o do Texas (WTI) operavam perto da estabilidade, cotados a US$ 65,36 e US$ 63,39, respectivamente, no mercado futuro.

No acumulado semanal, ambos os benchmarks mostram recuperação após duas semanas de desvalorização. O Brent registra alta de 2%, enquanto o WTI avança 4% até o momento.

5. Dados de inflação no Brasil

No calendário econômico local, teremos logo mais a divulgação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) para o mês de maio pela Fundação Getulio Vargas, indicador de inflação mais sensível a variações no câmbio e nos custos do atacado, apurado do primeiro ao último dia do mês de referência.

No mês de abril, o IGP-DI avançou 0,30%, após queda de 0,50% em março, mas ficou abaixo da expectativa do mercado, que era de alta de 0,35%.

O movimento foi puxado pela alta nos preços ao produtor (IPA), especialmente nos bens finais como carne bovina e soja, e pelo aumento no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com destaque para medicamentos e tomate. Já o custo da construção (INCC) também subiu, refletindo um cenário de pressão generalizada nos preços.

Além desse importante indicador inflacionário, teremos também a apresentação dos preços ao produtor (IPP) no mês de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após uma deflação de 0,62% em março, marcando o segundo mês consecutivo de queda no indicador, sob influência de preços de alimentos, com destaque para carnes bovinas congeladas.

O setor alimentício registrou em março a retração mais intensa desde junho de 2023, enquanto as indústrias extrativas apresentaram queda de 3,61%. Apesar dessas baixas, o índice acumula alta de 8,37% em 12 meses, refletindo pressões anteriores na cadeia industrial.

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