Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 06.08.2025, 04:46
© Reuters

Investing.com - Os principais índices futuros das ações dos EUA registram leve avanço nesta quarta-feira, enquanto analistas buscam sinais de que a política tarifária do presidente Donald Trump já começa a se refletir nos resultados corporativos ou nos indicadores econômicos.

No Brasil, os investidores acompanham os desdobramentos políticos e econômicos da entrada em vigor da tarifa de 50% dos EUA sobre nossas exportações.

No mercado de commodities, o petróleo sobe com possíveis sanções adicionais contra a Rússia, enquanto o dólar recua à espera de nova indicação de Trump para o Conselho de Governadores do Federal Reserve, após a renúncia de Adriana Kugler.

1. Tarifas de Trump contra o Brasil entram em vigor

A partir de hoje, os EUA passam a cobrar uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, composta por 10% de alíquota geral e 40% adicionais, com exceção de 694 produtos, como peças de avião e suco de laranja, que mantêm apenas a tarifa original.

O governo norte-americano justificou a medida citando barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil a produtos dos EUA. Além disso, usou como argumento para a sobretaxa o julgamento do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), bem como “censura” a plataformas de mídias sociais dos EUA.

A Fiemg estima perda de R$ 25,8 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) e 146,6 mil empregos em até dois anos, podendo chegar a R$ 110,4 bilhões e 618 mil postos de trabalho afetados no horizonte de até dez anos.

MAIS DETALHES: Tarifaço de 50% de Trump contra o Brasil entra em vigor

2. Índices futuros em alta nos EUA

Os contratos futuros de ações nos EUA operam em alta nesta quarta-feira, após a sessão anterior registrar queda, em meio à avaliação dos investidores sobre os primeiros sinais do impacto das tarifas amplas sobre lucros corporativos e sobre a economia.

Às 7 h de Brasília, o contrato do Dow futures avançava 227 pontos (+0,5%), o S&P 500 futuro subia 30 pontos (+0,5%) e o Nasdaq 100 futures ganhava 74 pontos (+0,3%).

Na véspera, os principais índices recuaram após a Yum! Brands (NYSE:YUM), controladora do KFC, afirmar que as tarifas já afetam o consumo e pressionam seus resultados trimestrais. A Caterpillar (NYSE:CAT), vista como termômetro da atividade econômica, também alertou que as tarifas podem representar um custo de até US$ 1,5 bilhão em 2025, comprometendo o desempenho no segundo semestre.

Apesar desses alertas, a temporada de resultados do segundo trimestre, próxima de ser concluída, tem mostrado resiliência, com mais de 80% das empresas superando as estimativas de mercado.

Esse desempenho atenua parte das preocupações sobre a trajetória da economia dos EUA, que se intensificaram após o relatório de emprego fraco em julho. Dados recentes do setor de serviços também frustraram expectativas, e um indicador de custos de insumos atingiu o maior nível em quase três anos, reacendendo temores de que o país possa entrar em um cenário de crescimento fraco combinado a inflação elevada, quadro conhecido como “estagflação”.

3. Balanços em Wall Street

As ações da Advanced Micro Devices caíram no after-market após a empresa divulgar receita trimestral abaixo do esperado no segmento de data center, considerado estratégico para o futuro da companhia.

A receita dessa unidade, que inclui chips de inteligência artificial, subiu 14%, para US$ 3,2 bilhões, alinhada às projeções da LSEG citadas pela Reuters.

Em comparação, a Nvidia (NASDAQ:NVDA), principal rival no setor, reportou no início deste ano alta de 73% na receita de data center, para US$ 39,11 bilhões, no primeiro trimestre fiscal.

A CEO Lisa Su afirmou, em teleconferência, que as vendas de chips de IA caíram na comparação anual, influenciadas pelas restrições dos EUA à exportação para a China e pela transição para a nova geração de chips MI350.

O desempenho do data center e as declarações de Su ofuscaram a projeção de receita para o terceiro trimestre, estimada em cerca de US$ 8,7 bilhões, com margem de variação de US$ 300 milhões. A AMD (NASDAQ:AMD) ressaltou que a estimativa não considera a receita das remessas do chip MI308 para a China, sujeitas à aprovação do governo norte-americano.

Embora a temporada de balanços caminhe para o fim, empresas relevantes do índice Dow ainda têm divulgações previstas. Entre elas, McDonald’s e Walt Disney (NYSE:DIS) apresentam números nesta quarta-feira.

A McDonald’s (NYSE:MCD) divulga seu resultado do segundo trimestre, com o mercado atento à capacidade da rede de fast-food de sustentar desempenho em meio à mudança de hábitos de consumo e à maior competição. Analistas do Citi projetam avanço nas vendas comparáveis e reforço do tráfego por meio de inovações no cardápio.

Já na Walt Disney, o foco está em atualizações sobre o serviço de streaming, a divisão de estúdios e os parques temáticos. A administração também pode comentar a futura plataforma de streaming da ESPN, prevista para lançamento no outono.

Paralelamente, a National Football League fechou acordo para adquirir 10% da ESPN. Em contrapartida, a ESPN da Disney assumirá o controle da NFL Network e de outros ativos de mídia da liga.

4. OpenAI negocia oferta secundária de ações; Novo Nordisk (CSE:NOVOb) reduz custos

A OpenAI iniciou tratativas preliminares para uma potencial venda secundária de ações que avaliaria a startup de inteligência artificial em US$ 500 bilhões, segundo a Bloomberg News, que citou fontes próximas às discussões de investimento.

Essa avaliação representa um avanço expressivo em relação à estimativa anterior, que posicionava o valor da empresa em US$ 300 bilhões.

De acordo com a Bloomberg, a transação envolveria a venda de ações por parte de funcionários atuais e ex-funcionários da companhia.

A notícia surge poucos dias após a OpenAI anunciar que o ChatGPT deve alcançar 700 milhões de usuários ativos semanais nesta semana, acima dos cerca de 500 milhões registrados em março.

Na semana passada, a empresa assegurou US$ 8,3 bilhões em novos aportes de grandes investidores, como parte de uma rodada de captação de US$ 40 bilhões liderada pela SoftBank.

Já a Novo Nordisk informou que adotará medidas de redução de custos diante do aumento da concorrência e da pressão de versões genéricas do Wegovy, seu medicamento para perda de peso.

Antes considerada a empresa mais valiosa da Europa, a farmacêutica dinamarquesa tem enfrentado dificuldades para preservar a liderança nas vendas de tratamentos contra obesidade e diabetes.

Na quarta-feira, a companhia manteve sua projeção para 2025, pouco mais de uma semana após revisar para baixo a perspectiva de vendas para o próximo ano, emitir um alerta de lucro e anunciar uma reorganização na liderança, em tentativa de recuperar demanda e enfrentar a concorrente Eli Lilly (NYSE:LLY) e fabricantes de medicamentos “compostos”.

No segundo trimestre, as vendas do Wegovy avançaram 67% na comparação anual, totalizando 19,53 bilhões de coroas dinamarquesas. A receita consolidada cresceu 18%, para 76,86 bilhões de coroas dinamarquesas, mas ficou aquém das estimativas de mercado.

As ações da Novo negociadas em Copenhague abriram o pregão estáveis, acumulando queda superior a 52% no ano.

5. Petróleo sobe; dólar cai

Os preços do petróleo subiam no início desta quarta-feira, apoiados pela possibilidade de sanções mais duras dos EUA contra compradores de petróleo russo e por dados setoriais indicando forte queda nos estoques norte-americanos, mas essa recuperação seguia frágil diante do aumento da produção da Opep+ e da demanda global enfraquecida.

No momento da redação, o barril do Brent subia 1,60%, cotado a US$ 68,72, enquanto o barril do Texas (WTI) se valorizava 1,67%, a US$ 66,25 no mercado futuro.

O presidente Donald Trump reiterou ameaças de tarifas à Índia e à China devido à compra de petróleo russo, o que poderia restringir a oferta e sustentar as cotações, embora sinais de possível desescalada no conflito Rússia-Ucrânia tenham surgido.

Ainda assim, o petróleo acumula perdas recentes, pressionado pelo acordo da Opep+ para elevar a produção em setembro e por indicadores econômicos fracos dos EUA e da China.

No mercado cambial, o dólar registrava queda no exterior nesta quarta-feira, enquanto o mercado aguardava a indicação de Donald Trump para preencher a vaga no Conselho de Governadores do Federal Reserve, após a renúncia de Adriana Kugler.

No momento da escrita, o índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana contra uma cesta de seis importantes divisas, caía 0,19%, a 98,40 pontos.

A moeda segue pressionada pelo fraco relatório de empregos e pela estagnação inesperada do setor de serviços em julho, com traders precificando forte probabilidade de corte de juros em setembro.

Na Europa, o euro subia levemente, apesar da queda nos pedidos industriais da Alemanha, enquanto a libra recuou antes da reunião do Banco da Inglaterra, que deve reduzir a taxa básica.

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