Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou nesta quarta-feira que a expectativa do novo governo é encaminhar uma proposta para um novo arcabouço fiscal no ano que vem, com a aprovação de uma reforma tributária.
Cotado para ser o ministro da Fazenda do governo Lula, Haddad explicou que não há tempo para essa discussão nesse momento, junto com a PEC da Transição, mas que a Proposta de Emenda à Constituição irá dar tempo ao novo governo para fazer essa discussão.
“Estamos ganhando, com a PEC, tempo para abrir uma discussão com a sociedade, e temos uma perspectiva boa de aprovar a reforma tributária no ano que vem. O ideal é que, com a reforma tributária, a gente paralelamente remeta para o Congresso um novo arcabouço fiscal, que aí será coerente com a reforma que terá sido feita”, afirmou Haddad, em rápida conversa com jornalistas após participar de reuniões com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A equipe de transição do governo Lula quer aprovar a PEC para garantir recursos para o pagamento do Bolsa Família de 600 reais no próximo ano, além de 150 reais por crianças até 6 anos nas famílias beneficiadas pelo programa, e uma recomposição em áreas do Orçamento da União de 2023.
Haddad passou a integrar essa semana o Grupo Técnico de Economia da Transição, a pedido de Lula, em mais um sinal de que deve ser indicado para a Fazenda. A expectativa inicial era de que o anúncio fosse feito esta semana, mas fontes informaram à Reuters que o presidente eleito preferiu adiar as indicações por mais alguns dias e anunciar mais nomes de uma só vez.
Estados Unidos
Haddad disse ainda que Lula deve ir aos Estados Unidos para um encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden, ainda antes da posse. Essa era a intenção do presidente eleito, mas a ideia havia sido descartada e a visita estaria sendo programada para os primeiros meses de 2023.
No entanto, segundo Haddad, agora há um convite para que a viagem seja feita antes do Natal.
Na segunda-feira, Lula recebe, em Brasília, dois enviados do presidente norte-americano, o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, e o assessor para América Latina, Juan Gonzalez.