O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 14, que a melhora no resultado dos Estados, ajudada pelo congelamento de salários aprovado no ano passado, poderia ser ainda maior se os governadores estivessem ajudando em vez de "jogar pedras". Durante evento do BTG Pactual (SA:BPAC11), o ministro também afirmou que, com a melhora, "está todo mundo assanhado" pegando empréstimo e citou a possibilidade de revisar a metodologia de concessão de avais para novos créditos, mas, em seguida, disse que a medida não seria tomada porque o governo é "republicano".
"Todos os Estados melhoraram o ranking, está todo mundo agora assanhado, pegando empréstimo", disse Guedes. Em resposta, o economista-chefe do BTG, Mansueto Almeida, disse que a previsão para o ano é um superávit de R$ 55 bilhões para os Estados e municípios. "Isso que eles estão jogando pedra na gente. Se estivessem ajudando era mais fácil. Jogando pedra na gente deu para fazer só isso", reagiu Guedes.
Em seguida, Mansueto mencionou que há uma expectativa de que, ao fim do ano, 20 Estados estejam com notas de crédito A ou B, ou seja, aptos a obter aval da União na concessão de créditos.
"Agora, nós podemos fazer uma correção na metodologia. Nós podemos dizer, olha, agora (é) tirando o dinheiro que foi transferência para Estados e municípios, para saúde. A gente então muda o critério de ranking. Porque pô, não dá, eu te dou o dinheiro, aí você joga uma pedra em mim e diz que vem pedir mais empréstimo... Opa, peraí, então tira o dinheiro que eu te dei e vamos ver qual funciona. Mas não vamos fazer essa maldade, nós somos republicanos", afirmou Guedes.
O ministro defendeu as medidas de congelamento de salários devido à economia obtida. "Demos R$ 150 bilhões com a mão esquerda e tiramos R$ 150 bilhões com a mão direita", afirmou.
Arrecadação
Paulo Guedes, disse que mais da metade do crescimento que vem sendo apresentado pela arrecadação é estrutural. Depois de a reforma do Imposto de Renda ser aprovada pela Câmara dos Deputados, Guedes disse acreditar que o Senado deve "mergulhar" na agenda econômica brevemente. "Quero deixar muito claro que não vamos aumentar carga tributária", acrescentou.