(Reuters) - A ministra da Gestão, Esther Dweck, reconheceu nesta terça-feira que o governo pode enfrentar greve de servidores públicos, ao mesmo tempo em que assegurou que está sendo debatido no Executivo espaço orçamentário para eventuais reajustes, embora tenha admitido que os recursos são poucos.
Em live ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Berlim, onde o presidente fez uma visita oficial acompanhado de ministros, Dweck afirmou, em resposta a um questionamento do próprio Lula sobre a possibilidade de greves, que o governo reabriu diálogo com servidores após, segundo ela, esses canais serem fechados nos últimos seis anos.
"Pode ser que tenha alguma greve. O ministro (Fernando) Haddad está aqui, o ministro Rui (Costa), a gente tem discutido. O espaço orçamentário para isso não é tão grande, as expectativas estão altas, a gente não tem tanto recurso, mas estamos dialogando com todo mundo", disse Dweck, mencionando os ministros da Fazenda e da Casa Civil.
"Eles (servidores) ficaram seis anos sem nenhum diálogo com o governo... A gente precisou retomar esse diálogo com os trabalhadores, e toda vez que a gente retoma esse diálogo, as expectativas também aumentam. E eles sabem que no nosso governo a gente lida de forma super democrática, dialogando com eles, e aí eles fazem a pressão deles", acrescentou.
A ministra disse que a principal tarefa de sua pasta neste primeiro ano do terceiro mandato de Lula foi recompor o quadro em diversas áreas do funcionalismo, após as vagas deixadas por servidores que se aposentaram não serem preenchidas.
Servidores do Banco Central e da Receita Federal têm realizado protestos, como, por exemplo, operações padrão, na tentativa de obter do governo reajustes em salários e benefícios, além de outras melhorias nas condições de trabalho.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)