Por Alistair Smout e William James
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Liz Truss, disse que vai estabelecer na quinta-feira planos para enfrentar o aumento nas contas de energia, mas que não vai impor um imposto sobre os produtores de energia, em vez disso, ela deve aumentar o endividamento para financiar a dispendiosa intervenção.
Truss, nomeada primeira-ministra na terça-feira, prometeu ação imediata para enfrentar um dos mais assustadores conjuntos de desafios a serem assumidos por um líder recém-empossado na história do pós-guerra, incluindo contas de energia crescentes, uma recessão iminente e conflitos industriais.
Ela presidiu uma reunião de seu novo gabinete nesta quarta-feira antes de fazer sua estreia parlamentar como líder do Partido Conservador, ficando frente a frente com o líder da oposição do Partido Trabalhista, Keir Starmer, nas importantes Questões ao Primeiro-ministro.
"Eu sou contra um imposto inesperado. Acredito que é errado impedir que as empresas invistam no Reino Unido", disse Truss aos parlamentares, acrescentando que anunciará mais detalhes na quinta-feira.
Uma fonte familiarizada com a situação disse à Reuters que Truss está considerando congelar as contas de energia em um plano que pode custar cerca de 100 bilhões de libras (115,33 bilhões de dólares), ultrapassando o esquema de licença direcionado à Covid-19.
o novo ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, disse a líderes empresariais que o endividamento será mais alto no curto prazo para fornecer apoio a famílias e empresas.
Investidores têm expressado preocupação com a escala de empréstimos extras que o governo provavelmente precisará fazer para financiar seu esquema de apoio e os cortes de impostos prometidos por Truss durante sua campanha de liderança.
A primeira aparição de Truss no Parlamento como primeira-ministra foi aplaudida por seus parlamentares, recebendo forte apoio ao ficar cara a cara com Starmer, do Partido Trabalhista.
A ex-líder Theresa May foi aplaudida quando apontou que Truss é a terceira primeira-ministra conservadora mulher, enquanto todos os líderes trabalhistas foram homens.
Truss foi escolhida por membros do Partido Conservador com uma plataforma de baixos impostos baixos. O seu confronto com Starmer, que questionou por que ela não consideraria um imposto inesperado para financiar seu plano de energia, estabeleceu a divisão ideológica entre os dois líderes.
"Não há nada de novo em um líder trabalhista que está pedindo mais aumentos de impostos. É o mesmo velho taxar e gastar", disse ela, em meio a aplausos.
(Reportagem de Farouq Suleiman, William James, Alistair Smout, Andrew MacAskill, Elizabeth Piper, David Milliken e Andy Bruce)