Por Elizabeth Piper e William James e Alistair Smout
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Liz Truss, demitiu seu ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, nesta sexta-feira, pouco antes de um possível descarte de partes de seu pacote econômico em uma tentativa de sobreviver ao mercado e à turbulência política que assola o país.
Kwarteng disse que renunciou a pedido de Truss depois de voltar a Londres durante a noite das reuniões do Fundo Monetário Internacional em Washington. Truss, no poder por apenas 37 dias, realizará uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, confirmou Downing Street.
"Você me pediu para ficar de lado como seu ministro. Eu aceitei", disse Kwarteng em sua carta de renúncia a Truss, que publicou no Twitter.
Kwarteng é o ministro das Finanças com o mandato mais curto do país desde 1970, e seu sucessor será o quarto no cargo em poucos meses no Reino Unido, onde milhões enfrentam uma crise de custo de vida.
Kwarteng anunciou uma nova política fiscal em 23 de setembro, entregando a visão de Truss de grandes cortes de impostos e desregulamentação para tentar impactar a economia após anos de crescimento estagnado.
Mas a resposta dos mercados foi tão feroz que o Banco da Inglaterra teve que intervir para evitar que os fundos de pensão fossem ao caos, à medida que os custos de empréstimos e hipotecas aumentavam.
Desde então, a dupla está sob crescente pressão para reverter o curso, com as pesquisas mostrando que o apoio ao Partido Conservador entrou em colapso, levando os colegas a discutir abertamente se eles deveriam ser substituídos.
Durante seu período nos Estados Unidos, Kwarteng havia sido informado pelo chefe do FMI sobre a importância da "coerência política", sublinhando até que ponto a reputação do Reino Unido de boa gestão econômica e estabilidade institucional foi afetada.
(Reportagem adicional de Sarah Young, David Milliken e Muvija M)