Investing.com - Os mercados futuros operavam predominantemente em alta pelo mundo, na expectativa da decisão de juros do Federal Reserve às 15h de hoje, no horário de Brasília. Em seguida, o presidente do banco central americano, Jerome Powell, dará uma coletiva de imprensa, que será acompanhada de perto pelos investidores, em busca de pistas para os próximos passos da política monetária na maior economia do mundo.
“O mercado prevê uma probabilidade de quase 100% de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) não vai aumentar a taxa básica, mas a principal dúvida nos mercados de títulos e ações é ‘por quanto tempo’ o Fed vai manter os juros em um nível restritivo”, explicam os analistas da Link Securities.
“O recuo gradual da inflação básica e uma menor pressão no mercado de trabalho dão motivos ao banco central para não subir a taxa desta vez. A ameaça de um possível ‘shutdown’ do governo e uma greve no setor automotivo facilitam essa decisão”, complementam os estrategistas do Bankinter (BME:BKT).
Dessa forma, o Fed ganha tempo para avaliar melhor o impacto de suas políticas monetárias restritivas em uma economia que continua a mostrar sinais de força e estabilidade.
Projeções dos dirigentes do Fed serão ponto de atenção
De acordo com os analistas ouvidos pelo Investing.com, os investidores estão focados no que será revelado pelo gráfico de pontos do Fed, no qual os membros do Fomc compartilham suas projeções de curto e médio prazo para as taxas de juros oficiais.
“A reação dos mercados de títulos e ações será amplamente influenciada pelo que os dirigentes do Fed ‘desenharem’ desta vez”, alertam.
Eles detalham os possíveis cenários:
Se o gráfico de pontos indicar que o Fed não pretende subir a taxa de juros este ano, mantendo-a na faixa de 5,25% a 5,50%, e que em 2024 o Fed ainda planeja reduzi-la em 1 ponto percentual, como indicado no gráfico de junho, é provável que os mercados reajam positivamente, embora esse cenário seja considerado improvável.
Se os membros do Fomc seguirem a perspectiva de junho, ou seja, que a taxa oficial ainda pode subir 25 pontos-base antes do final do ano, chegando à faixa de 5,50% a 5,75%, e que o Fed ainda esteja disposto a reduzi-la em 1 ponto percentual em 2024, a reação dos mercados de ações e títulos, após a recente queda, pode ser de alívio, com tentativas de recuperação das perdas dos últimos dias.
Se as projeções sugerirem que o Fed pretende manter o aumento adicional de 25 pontos-base para este ano, com menos consenso, e adiar as reduções das taxas em 2024, limitando-as a menos de 1 ponto percentual, é provável que os mercados de ações e títulos corrijam com intensidade. Portanto, o Fed tem uma influência considerável sobre o destino de curto prazo desses mercados.
“Não podemos descartar uma postura ‘hawkish’ [rígida] com taxas restritivas por mais tempo, refletida em uma elevação do gráfico de pontos, indicando apenas uma redução de 75 pontos-base em 2024, em comparação com os 100 pontos-base indicados no gráfico de junho ou os 150 que o mercado previa no início do ano, quando havia mais preocupações com uma recessão, em contraste com a ideia atual de uma desaceleração suave”, escreveram os analistas da Renta 4 (BME:RTA4).
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