Quem é responsável pela situação econômica atual dos EUA?

Publicado 06.05.2025, 12:43
© Reuters

Investing.com — A essa altura, está claro que a economia sob o ex-presidente dos EUA, Joe Biden, foi sustentada por gastos públicos excessivos e por uma política migratória permissiva. Segundo estimativas do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, entre janeiro de 2021 e janeiro de 2025, Biden adicionou US$ 4,7 trilhões à dívida projetada em dez anos, por meio de medidas legislativas e ordens executivas. No segundo mandato, o atual presidente Donald Trump tem adotado um caminho oposto: está cortando despesas do governo, intensificando deportações de imigrantes ilegais e utilizando tarifas para gerar receita e estimular o retorno da manufatura aos Estados Unidos.

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Embora ainda em fase inicial de governo, algumas ações de Trump, em especial a aplicação de tarifas, já estão influenciando a economia. A grande questão é: em que medida, e de quem é essa economia afinal?

Trump tem adotado um discurso ambíguo sobre o tema. Frequentemente atribui à gestão anterior tudo o que considera negativo na economia, enquanto reivindica como mérito próprio os resultados positivos.

“Eu acho que a parte boa é a economia de Trump e a parte ruim é a economia de Biden, porque ele fez um trabalho terrível”, afirmou o presidente em entrevista ao programa "Meet the Press" da NBC, no domingo.

Para responder à pergunta central, analisamos os indicadores econômicos mais recentes e buscamos identificar qual administração teve maior influência sobre os dados divulgados.

Os três relatórios mais relevantes nas últimas semanas foram: os dados de emprego de abril, o PIB do primeiro trimestre e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

Relatório de empregos (payroll) de abril

Em 2 de maio, os dados de payroll mostraram criação de 177 mil postos de trabalho em abril, superando a expectativa de 138 mil. Por outro lado, os dados de fevereiro foram revisados para baixo em 15 mil vagas, e os de março em 43 mil. A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%. A abertura dos dados mostrou expansão nos setores de saúde, transporte e armazenagem, atividades financeiras e assistência social. O emprego no setor manufatureiro ficou praticamente estável. Já no setor público, houve corte de 9 mil postos no governo federal em abril, totalizando redução de 26 mil desde janeiro.

Análise Investing.com: Os cortes no funcionalismo federal refletem ações de ambas as gestões: Biden ampliou os gastos com pessoal e Trump iniciou uma reversão desse processo. Os dados agregados foram mistos, apesar do número de abril ter superado as expectativas, as revisões anteriores neutralizam o otimismo inicial.

PIB do primeiro trimestre

Em 30 de abril, o PIB dos EUA registrou retração de 0,3% no primeiro trimestre, frente à expectativa de queda de 0,2% e ao crescimento de 2,4% no quarto trimestre do ano passado. O principal destaque foi o aumento das importações, que entram negativamente no cálculo do PIB, e a redução nos gastos do governo.

Análise Investing.com: O salto nas importações está claramente associado às políticas de Trump, com empresas antecipando compras antes da entrada em vigor de novas tarifas.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Em 10 de abril, o IPC apresentou queda de 0,1%, contrariando a expectativa de alta de 0,1%. O principal vetor foi a redução de 6,3% nos preços dos combustíveis.

Análise Investing.com: A estratégia energética agressiva de Trump, sintetizada no lema “drill, baby, drill”, tem pressionado para baixo os preços de petróleo e gás. Ainda assim, o temor de uma recessão também contribui para esse movimento.

Conclusão

Embora o presidente Trump siga tentando se desvincular de qualquer dado econômico negativo, os principais indicadores analisados mostram que os efeitos de suas políticas já estão sendo sentidos. A influência da atual administração está refletida nos dados, independentemente de serem positivos ou não. Esta já é, de fato, a economia de Trump, e ele precisa começar a reconhecer isso, tanto nos acertos quanto nos desafios.

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