Investing.com - A primeira fase da reforma tributária que o ministro da Economia Paulo Guedes enviou ontem aos presidentes da Câmara e do Senado pode acarretar em aumento de impostos para bancos, seguradoras e corretoras, podendo gerar prejuízo caso seja aprovada. Essa é avaliação do banco UBS em relatório distribuído nesta quarta-feira (22).
O texto recebido por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) prevê aumento de 4,65% para 5,8%. do PIS/Cofins que incide sobre empresas do setor financeiro, que será fundido em um imposto único chamado CBS. Com isso, os analistas Thiago Batista, Mariana Taddeo, Olavo Arthuzo e Philip Finch, que assinam o relatório, estimam em um impacto de R$ 6 bilhões no lucro das instituições financeiras, com base em números de 2019, quando elas pagaram R$ 24 bilhões em PIS/Cofins - R$ 20 bilhões somente pelo cinco maiores bancos do país.
A estimativa da UBS, portanto, é um impacto de R$ 1,3 bilhão para o Bradesco (SA:BBDC4) e para o Itaú (SA:ITUB4), 3,4% e 3,2% dos ganhos antes dos impostos, respectivamente, e de R$ 0,8 bilhão para o Santander (SA:SANB11) (3,8%).
Os próximos passos da reforma tributária podem causar ainda mais aumento de impostos para os bancos brasileiros. É importante notar, porém, que, de acordo com a perspectiva da UBS, grande parte desse risco já está precificado. Vale ressaltar que, mesmo após a aprovação do texto, a nova carga do imposto irá levar seis meses para entrar em vigor.
O relatório destaca ainda que há uma série de fatores que impactam a performance das empresas do setor financeiro da América Latina, como as condições econômicas locais, mudanças em taxas de juros e câmbio, mudanças regulatórias e concorrência local e estrangeira.