SÃO PAULO (Reuters) - O Santander passou a ver um afrouxamento monetário mais intenso no Brasil este ano, calculando agora que a taxa básica de juros Selic terminará 2024 a 8,5%, de 9,5% antes, com revisão para baixo também no cenário para a inflação.
O banco passou a ver que o IPCA terminará este ano com alta de 3,4%, contra 3,9% antes, porém ainda acima do centro da meta - 3,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
"Revisamos nossa projeção de Selic ... com base nos novos números de inflação e considerando o provável início do ciclo de flexibilização monetária em outras economias, principalmente nas desenvolvidas", explicou o Santander Brasil (BVMF:SANB11) em nota.
O banco afirmou que passou a ver um ciclo contínuo de redução dos juros, com o atual ritmo de corte de 0,50 ponto percentual caindo para 0,25 ponto a partir de setembro de 2024 e com a Selic chegando a 7,5% em 2025.
Quanto à inflação, a análise assinada pela economista-chefe Ana Paula Vescovi e equipe apontou que os riscos altistas seguem no mercado de trabalho apertado, nos efeitos do reajuste real do salário mínimo e nos riscos geopolíticos.
O Santander também vê agora desempenho melhor da economia em 2024, com a estimativa de crescimento do PIB revisada para cima a 1,5%, de 1,2% antes, citando um "PIB mais resiliente, impulsionado pelo consumo das famílias e despesas do governo".
A nota, porém, alerta para uma contribuição negativa do setor externo devido à queda na safra de grãos.
(Por Camila Moreira)