A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, se reuniram nesta quarta-feira, 17, para alinhar os detalhes do plano de integração sul-americana, também conhecido como PAC da Integração. A conexão entre o Brasil e os demais países do continente se dará por meio de rotas de infraestrutura dos principais modais de transportes: portos, aeroportos, hidrovias, ferrovias e rodovias.
O programa conta com 124 projetos com interligação em 11 Estados fronteiriços e cinco diferentes rotas.
"Esse é um importante programa para o desenvolvimento do País e toda a América do Sul, que vai dialogar com o turismo, o comércio, e, sobretudo, com o desenvolvimento econômico e social. É desenvolvimento, crescimento e oportunidade de trabalho para a população brasileira", destacou Costa Filho.
Por sua vez, Tebet ressaltou que o Brasil tem condições de crescer mais se aprofundar os laços com os vizinhos. "Nós temos muito comércio com os países da América do Sul, se nós potencializarmos esse comércio, nós estamos falando de emprego na veia, de renda, de crescimento do País. Nós estamos falando de troca e, claro, também de turismo", afirmou a ministra.
Rotas de integração
Em 30 de maio do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 11 líderes da América do Sul firmaram o Consenso de Brasília, onde reafirmaram a necessidade de revitalizar a integração regional. Na sequência desse encontro e atendendo ao pedido de Lula, Tebet criou o Subcomitê de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano dentro do MPO.
Desde então, o subcomitê se dedicou a um intenso trabalho de escuta de ministérios, órgãos do governo federal e dos 11 Estados fronteiriços. Foram mais de 20 encontros.
Nas reuniões com os 11 Estados foram coletadas informações das obras que eles consideram prioritárias para a integração da infraestrutura com os vizinhos. A partir desses critérios, dos mais de 9 mil projetos do Novo PAC, foram selecionados cerca de 115 com potencial de contribuir com a integração regional. Colocados no mapa, eles deram origem a cinco rotas de integração:
1) Rota da Ilha das Guianas, que inclui integralmente os Estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela
2) Rota Multimodal Manta-Manaus, contemplando inteiramente o Estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador
3) Rota do Quadrante Rondon, formado pelos Estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru
4) Rota de Capricórnio, desde os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile
5) Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.
Em dezembro, o governo assinou a ordem de serviço para a construção da alça de acesso à ponte binacional entre Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai, avançando no pacote.
Para os projetos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocou R$ 15 bilhões a disposição de projetos de Estados e municípios, já o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) alocaram R$ 35 bilhões para financiar principalmente as obras dos demais países.