Por Geoffrey Smith
Investing.com – Os títulos do governo britânico registravam firme alta nesta quarta-feira, após o Banco da Inglaterra recuar em relação ao plano de apertar ainda mais a política monetária através da venda de títulos do seu portfólio, acumulado durante anos de “flexibilização quantitativa”.
Às 11:20 de Brasília, a taxa do “gilt” referencial de dez anos corrigia para 4,07%, depois de atingir a máxima de 4,63% no início do dia, em razão da reação dos mercados às críticas do Fundo Monetário Internacional aos planos de endividamento do novo governo.
As emissões de dívida do governo britânico devem aumentar mais de 60 milhões de libras esterlinas nos próximos seis meses, devido a um pacote de cortes de impostos e subsídios de energia que compõe as primeiras políticas anunciadas na semana passada pela primeira-ministra Liz Truss e seu ministro da economia, Kwasi Kwarteng.
O Banco da Inglaterra declarou, em um comunicado, que fará intervenções para restaurar a ordem em um mercado de títulos que rapidamente saiu do controle.
“O propósito dessas compras é restaurar de forma ordenada as condições de mercado”, afirmou a instituição. “As compras serão efetivadas, a fim de atingir esse objetivo, independente da escala necessária. A operação será plenamente indenizada pelo Tesouro”.
O banco havia planejado vender 10 bilhões de libras, em números líquidos, no último trimestre do ano, como parte de um aperto mais amplo da política monetária, no intuito de debelar a inflação ao redor de 9,9% em agosto.
Contudo, a reversão do seu posicionamento, equivalente a uma flexibilização quantitativa, teve efeito negativo sobre a libra esterlina. Depois de atingir a máxima de 1,0731 contra o dólar, a moeda corrigiu para 1,0699, uma queda de 0,29% no dia.
Mais cedo, a rede televisiva Sky News citou fontes anônimas que disseram que Kwarteng havia pedido, a financistas em Londres, que parassem de especular contra a libra esterlina.