Por Heather Schlitz
CHICAGO (Reuters) - Os futuros de trigo da bolsa de Chicago (CBOT) caíram nesta terça-feira em função de negociações técnicas, com a grande oferta russa, um dólar fortalecido e uma demanda chinesa em declínio também pesando sobre o mercado, disseram analistas.
Os traders voltaram suas atenções para os dados de plantio e estoques de grãos nos Estados Unidos, previstos para serem divulgados na quinta-feira.
Os futuros de soja e milho também recuaram em meio a negociações voláteis, já que os agricultores venderam parte dos estoques da safra anterior antes dos relatórios do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), afirmaram os analistas.
"Essa semana toda é definida pela preparação para o relatório no final da semana", disse Ted Seifried, vice-presidente da Zaner Ag Hedge.
O contrato de trigo mais ativo na CBOT fechou em baixa de 11,5 centavos, a 5,435 dólares por bushel.
"Temos uma grande fonte de informações chegando e os mercados estão apenas parados, esperando", disse Chuck Shelby, presidente da Risk Management Commodities.
O trigo na CBOT atingiu uma máxima de três semanas, a 5,67 dólares por bushel na segunda-feira, enquanto uma disputa entre autoridades russas e um grande exportador alimentava preocupações sobre as cruciais exportações do Mar Negro.
Assim como o trigo, os futuros de milho e soja se recuperaram das mínimas de três anos atingidas este ano, mas permanecem limitados pela ampla oferta sul-americana e pela demanda chinesa fraca.
A soja na CBOT recuou 10,25 centavos, a 11,99 dólares por bushel, e o milho caiu 5,25 centavos, para 4,325 dólares por bushel.
A cobertura de posições vendidas na soja na segunda-feira motivou a venda por agricultores nesta terça-feira, à medida que eles descarregavam estoques da safra anterior e buscavam reduzir o risco antes dos relatórios de quinta-feira e da próxima temporada de plantio da primavera, disseram os analistas.
Analistas consultados pela Reuters preveem um plantio de soja de 86,530 milhões de acres, aumento de 2,93 milhões de acres em relação ao ano anterior, e um plantio de milho de 91,776 milhões de acres, abaixo dos 94,641 milhões de acres de um ano antes.
No Brasil, a consultoria hEDGEpoint reduziu sua previsão para a safra de milho do país em 2023-24 para 119,1 milhões de toneladas, contra 121,5 milhões anteriormente.
(Por Heather Schlitz em Chicago; reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris, Peter Hobson)