Apesar de conflito em Israel, dólar fecha em baixa ante real em sintonia com exterior

Publicado 09.10.2023, 17:10
Atualizado 09.10.2023, 17:25
© Reuters. Notas de real e dólar
31/03/2015. REUTERS/Sergio Moraes

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O conflito entre Israel e Hamas iniciado no fim de semana deu força ao dólar ante várias moedas, incluindo o real, no início desta segunda-feira, com investidores em busca de proteção, mas à tarde a divisa dos EUA perdeu força em todo o mundo e encerrou a sessão em baixa ante o real.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1315 reais na venda, em baixa de 0,59%. Em outubro, a divisa dos EUA acumula alta de 2,07%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a 5,1480 reais.

Os ataques do grupo palestino Hamas a Israel no sábado deixaram centenas de mortos e feridos, desencadeando reações dos israelenses que se estenderam por esta segunda-feira.

Nos mercados globais, os impactos foram percebidos em especial na alta firme do petróleo -- já que países do Oriente Médio estão entre os maiores produtores do mundo -- e no avanço inicial do dólar ante boa parte das demais divisas, com investidores procurando a proteção da moeda norte-americana.

Em paralelo ao movimento havia o receio de que, com o conflito no Oriente Médio, os preços do petróleo disparem, impulsionando a inflação global.

No Brasil, a busca por proteção manteve o dólar no terreno positivo durante boa parte da sessão, embora o avanço ante o real fosse limitado. Profissionais citaram um movimento de venda de moeda por parte de exportadores quando as cotações estavam mais altas, o que segurava os preços. Ainda assim, no início da tarde o viés principal para o dólar era positivo, em sintonia com a alta da divisa dos EUA no exterior.

No meio da tarde, o cenário começou a mudar. Chamaram a atenção comentários do vice-chair do Federal Reserve, Philip Jefferson, de que o crescimento do emprego é uma "coisa boa" no contexto do arrefecimento da demanda e da melhoria da oferta de mão de obra. Segundo Jefferson, um mercado de trabalho resiliente nos EUA levou a um gasto do consumidor mais forte do que ele esperava.

Também no meio da tarde, um alto funcionário do Hamas disse que o grupo está aberto a discussões sobre uma possível trégua com Israel, tendo "alcançado seus objetivos".

“Além desta notícia do Hamas, Jefferson soltou falas que foram interpretadas como mais 'dovish' (branda com a inflação). O dólar perdeu força lá fora e as bolsas melhoraram”, comentou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.

Com o índice do dólar migrando para o negativo, a moeda norte-americana à vista também passou a cair no Brasil, até encerrar abaixo dos 5,15 reais -- algo que não ocorria há uma semana.

No exterior, o dólar seguia em queda ante as moedas fortes e em relação a moeda parte das demais divisas.

Às 17:14 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,16%, a 106,050.

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