XANGAI/CINGAPURA (Reuters) - O banco central da China deixou a taxa de juros de médio prazo inalterada nesta segunda-feira, desafiando as expectativas do mercado de um corte já que uma moeda mais fraca limitou o escopo do afrouxamento monetário no curto prazo para impulsionar a economia.
Uma série de indicadores recentes continuou a refletir uma recuperação econômica desigual do país, com aumento nas exportações em dezembro mas crescimento fraco do crédito e persistente pressão deflacionária exigindo mais medidas de estímulo.
Entretanto, o estreitamento da margem da taxa de juros nos bancos comerciais e o enfraquecimento do iuan limitaram o espaço de manobra do Banco do Povo da China, e os cortes nas taxas podem ser adiados até o final deste ano, segundo alguns observadores do mercado.
Nesta segunda-feira, o banco central disse que manteve em 2,50% a taxa para 995 bilhões de iuanes (138,84 bilhões de dólares) em empréstimos de um ano do instrumento de médio prazo (MLF) para algumas instituições financeiras.
"Suspeitamos que a principal razão pela qual o banco central não (adotou medidas) desta vez é o desejo de evitar o desencadeamento de uma nova pressão de depreciação sobre o renminbi", disseram economistas da Capital Economics em uma nota.
O iuan se enfraqueceu mais de 1% em relação ao dólar até o momento este ano, atingindo o nível mais baixo em um mês, devido à incerteza sobre quando o Federal Reserve começará a cortar a taxa de juros nos Estados Unidos.
A operação de empréstimo desta segunda-feira foi para atender totalmente à demanda de caixa das instituições financeiras para "manter uma liquidez razoavelmente ampla no sistema bancário", disse o banco central em um comunicado online.
Em uma pesquisa da Reuters realizada na semana passada, 19 de 35 participantes do mercado esperavam que o banco central cortasse a taxa MLF para ajudar a sustentar a economia. E a grande maioria dos entrevistados também esperava que o banco central injetasse novos fundos no sistema financeiro além do montante que estava vencendo.
(Reportagem de Winni Zhou e Tom Westbrook)