Por Jessica Resnick-Ault
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo nos Estados Unidos subiram mais de 35% nesta quinta-feira, recuperando parte das perdas de uma liquidação que levou as cotações a mínimas de quase 20 anos, mas analistas viram o repique apenas como um breve alívio, antecipando mais fraqueza em meio à disseminação do coronavírus, que afeta a demanda global pela commodity.
A pandemia colocou os mercados sob pressão à medida que escolas e negócios são fechados, suprimindo a atividade econômica ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, a guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia está inundado os mercados globais com ofertas baratas de petróleo.
As cotações do combustível fóssil ampliaram ganhos já na parte final do dia, depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que vai se envolver na disputa entre russos e sauditas no momento apropriado.
Tanto a cotação de referência norte-americana quanto o petróleo Brent, "benchmark" internacional, que perderam metade de seus valores em menos de duas semanas, tiveram algum respiro nesta quinta-feira, enquanto investidores nos mercados financeiros avaliam o impacto das enormes medidas de estímulos dos bancos centrais.
O petróleo dos EUA fechou em alta de 4,85 dólares, ou 24%, a 25,22 dólares por barril, depois de recuar quase 25% na sessão anterior, quando bateu uma mínima de 18 anos. A cotação estendeu ganhos nos negócios pós-fechamento.
Já o petróleo Brent avançou 3,59 dólares, ou 14,4%, para 28,47 dólares por barril, após ter despencado para 24,52 dólares na quarta-feira, menor nível desde 2003.
"Depois da queda de ontem, as pessoas estão vindo ao mercado, porque elas já veem alguns cortes de produção pela frente, embora isso não seja suficiente para compensar o declínio de demanda que o mercado verá em abril e maio", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.
(Reportagem adicional de Aaron Sheldrick e Ron Bousso)