Dólar recua após números melhores que o esperado para inflação dos EUA

Publicado 11.06.2025, 09:11
Atualizado 11.06.2025, 10:10
© Reuters. Nota de dólarn01/06/2017nREUTERS/Thomas White

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista recuava ante o real nesta quarta-feira, na esteira das perdas da moeda norte-americana no exterior, depois que dados de inflação melhores do que o esperado nos Estados Unidos elevaram as apostas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, com as negociações entre EUA e China também no radar.

Às 9h52, o dólar à vista caía 0,45%, a R$5,5439 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,47%, a R$5,566 na venda.

LEIA TAMBÉM: Preços ao consumidor nos EUA sobem 2,4% a.a. em maio, abaixo do esperado

Na terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,11%, a R$5,5689.

O governo dos EUA informou mais cedo que seu índice de preços ao consumidor teve alta de 0,1% em maio em relação ao mês anterior, ante ganho de 0,2% em abril. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o dado do mês passado repetisse a alta anterior.

Em 12 meses, a inflação ao consumidor chegou a 2,4%, um pouco acima dos 2,3% de abril, mas abaixo da projeção de 2,5%. No núcleo do índice, os números também foram melhores do que o esperado tanto na base mensal quanto no acumulado do último ano.

O resultado reforçou as apostas de operadores de que o Fed retomará os cortes de juros a partir de setembro, consolidando ainda a previsão de uma segunda redução na taxa até o fim do ano. Também houve alívio nos temores sobre o impacto das tarifas do presidente Donald Trump nos preços.

Juros mais baixos dos EUA implicam menores rendimentos nos Treasuries, o que torna o dólar menos atrativo ante os seus pares e favorece outras moedas mais arriscadas.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,23%, a 98,732.

Investidores ainda repercutiam acordo anunciado na noite de terça, em Londres, por autoridades norte-americanas e chinesas para aliviar as tensões comerciais recentes, flexibilizando controles de exportação e retomando uma trégua tarifária alcançada no mês passado.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse na véspera que o acordo alcançado em Londres removerá restrições sobre as exportações chinesas de minerais e imãs de terras raras e algumas das recentes restrições de exportação dos EUA "de forma equilibrada", mas não forneceu detalhes.

Trump afirmou nesta quarta que o acordo dos EUA com a China está concluído, com Pequim fornecendo imãs e minerais de terras raras enquanto os EUA permitirão estudantes chineses em suas faculdades e universidades.

Na cena doméstica, o foco estará em torno da participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência pública na Câmara dos Deputados, a partir das 10h.

O mercado nacional demonstra cautela em relação às medidas anunciadas pelo governo no fim de semana para compensar a "recalibragem" do decreto que aumentos as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No domingo, Haddad anunciou propostas que incluem a taxação de títulos hoje isentos e maiores cobranças sobre apostas esportivas e instituições financeiras. Ele ainda confirmou uma alíquota única de 17,5% sobre aplicações financeiras e previu aumentar tributação de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%.

Os agentes aguardam o avanço das medidas dentro do governo e o envio oficial para o Congresso.

"O que está pegando no mercado ainda é a questão do IOF. Temos que ficar atentos ao que o Haddad vai falar na Câmara", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

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