Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar acelerou a queda nesta quinta-feira, chegando a cair à faixa de 4,22 reais, após o Ministério da Economia revisar dados da balança comercial de novembro para mostrar superávit, e não déficit como informado anteriormente.
Pelas novas informações divulgadas nesta quinta-feira, o país acumulou nas quatro primeiras semanas de novembro saldo comercial positivo de 2,7 bilhões de dólares. O país exportou nas quatro primeiras semanas deste mês o equivalente a 13,5 bilhões de dólares, ante 9,7 bilhões de dólares reportados antes.
Na segunda-feira, o ministério havia informado déficit comercial de 1,099 bilhão de dólares no acumulado de novembro. Naquele dia, o dólar fechou numa máxima histórica, impulsionado pelos fracos números da balança e de transações correntes.
Os números elevaram as preocupações do mercado sobre o cenário para fluxos, depois da frustração com o leilão do excedente da cessão onerosa. Nesse sentido, a melhora dos dados a partir da revisão da balança comercial ajudava a acalmar os ânimos sobre eventual escassez de dólar.
O alívio vinha ainda esteira da venda de 1 bilhão de dólares em moeda à vista pelo Banco Central, que trouxe mais previsibilidade aos agentes financeiros e enviou mensagem de prontidão por parte da autoridade monetária para oferecer liquidez ao mercado.
"Como alguém já disse: 'No Brasil até o passado é incerto'", disse no Twitter o gestor Marcos Mollica, da Opportunity.
Às 15:10, o dólar recuava 0,76%, a 4,2262 reais na venda. Na mínima, a cotação desceu a 4,2228 reais na venda, longe da máxima do dia, de 4,2618 reais.
O real liderava os ganhos entre 33 rivais do dólar nesta sessão, depois de dias entre os piores desempenhos.