Dólar engata queda ante real após rali recorde; mercados digerem Copom e leilões do BC

Publicado 19.03.2020, 09:15
Atualizado 19.03.2020, 10:51
Dólar engata queda ante real após rali recorde; mercados digerem Copom e leilões do BC

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar acelerava a queda contra o real nesta quinta-feira após disparada a novo recorde na sessão anterior, com os investidores reagindo à intervenção do Banco Central nos mercados e ao anúncio de linhas de swap de dólar do Federal Reserve com o Brasil.

O banco central dos Estados Unidos abriu as torneiras para que bancos centrais em 9 países tenham acesso a dólares na expectativa de impedir que a epidemia de coronavírus cause uma crise econômica global.

O Fed disse que os swaps, em que o banco central norte-americano aceita outras moedas como garantia em troca de dólares, permitirá pelo menos pelos próximos seis meses que os bancos centrais de Austrália, Brasil, Coreia do Sul, México, Cingapura, Suécia, Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia acessem um total combinado de até 450 bilhões de dólares, dinheiro que vai garantir que o sistema financeiro dependente de dólares continue a funcionar.

Ao mesmo tempo, o BC voltava a intervir no câmbio em tentativa de frear a disparada descontrolada da divisa norte-americana. A autarquia realizou nesta quinta-feira duas ofertas de leilões de linha com compromisso de recompra de até 2 bilhões de dólares cada uma, além de venda de até 500 milhões de dólares em moeda à vista.

"O BC, com sua política cambial, busca muito mais amortecer (a alta do dólar) do que controlar os mercados", disse à Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. "A política atual do BC é deixar o câmbio livre. Eles agem para evitar uma exacerbação: dar liquidez na medida do possível."

Depois dessas medidas, às 10:44, o dólar recuava 1,03%, a 5,1459 reais na venda.

A sessão era marcada por altas e baixas; na mínima do dia o dólar tocou 5,1307 reais, enquanto no pico da sessão bateu 5,2130, alta de 0,26%.

Na B3, o dólar futuro não acompanhava o movimento de queda do dólar à vista, e subia 0,75%, a 5,146 reais, possível sinal da permanência da cautela nos mercados.

"A gente tem usado a expressão nos últimos dias de um mercado disfuncional. Não tem como saber ao certo onde o preço dos ativos vai ficar", disse Alencastro. "Há um sentimento de crise: os parâmetros ficam completamente perdidos porque há uma incerteza muito grande."

Na véspera, o dólar spot saltou 3,94%, a 5,1993 reais na venda, nova máxima recorde nominal para um encerramento, e chegou a tocar 5,2510 na máxima do dia em meio ao caos nos mercados internacionais, num momento em que a pandemia de coronavírus interrompe as atividades econômicas por todo o mundo.

No exterior, o dia era de força da moeda norte-americana contra outras moedas fortes. Contra emergentes pares do real o dólar tinha altas acentuadas.

(Por Luana Maria Benedito)

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