Dólar fecha quase estável em dia de pressão técnica e queda no exterior

Publicado 06.03.2025, 17:13
Atualizado 06.03.2025, 17:30
© Reuters. Notas de dólarn15/04/2015nREUTERS/Murad Sezer

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após registrar na véspera o maior recuo diário no governo Lula, o dólar fechou a quinta-feira próximo da estabilidade ante o real, influenciado por um lado pelo recuo da moeda norte-americana no exterior e por outro por ajustes técnicos depois que as cotações desabaram na quarta-feira.

O dólar à vista fechou em leve alta de 0,07%, aos R$5,7598, após ter cedido 2,72% na véspera, aos R$5,7558. No ano a moeda norte-americana acumula perdas de 6,78%.

Às 17h04 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para abril -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,29%, aos R$5,7865.

Pela manhã o dólar ensaiou um novo dia de perdas ante o real, acompanhando o sinal negativo para a divisa dos EUA no exterior. Por trás do movimento estiveram o corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) -- que deu força ao euro -- e os receios de que a guerra tarifária dos EUA com outros países possa ser prejudicial para a economia norte-americana.

Às 11h04 o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$5,7328 (-0,40%).

Durante a tarde, porém, a divisa recuperou força no Brasil, com certa recomposição de preços após o recuo da véspera.

“É um ajuste técnico em função da forte queda de ontem”, disse o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar o ganho de fôlego da moeda norte-americana na segunda metade da sessão desta quinta-feira. “Ontem o dólar caiu demais considerando que operou apenas durante a tarde”, acrescentou, destacando a sessão reduzida da Quarta-Feira de Cinzas após o Carnaval.

Em função disso, às 13h43 o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,7816 (+0,45%).

No restante do dia a divisa se manteve próxima da estabilidade, sem gatilhos que pudessem mexer com as cotações.

Como em sessões anteriores, investidores se mantiveram atentos aos desdobramentos da guerra tarifária entre EUA e alguns de seus principais parceiros comerciais, e novamente o presidente norte-americano, Donald Trump, aliviou taxações anteriormente anunciadas -- desta vez, no caso do México.

Após ligação com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, Trump informou que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre qualquer mercadoria que se enquadre no acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) até 2 de abril, data em que estão previstas tarifas recíprocas para todos os países.

Na véspera, Trump já havia concordado em adiar por um mês as tarifas de 25% sobre México e Canadá para veículos que estivessem em conformidade com as regras de origem do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) de 2020.

Neste cenário de relativo alívio na guerra tarifária, “o real entra em modo de ‘espera’ para a divulgação do relatório de empregos amanhã -- payroll --, que poderá ser mais um acontecimento na semana turbulenta para definir o direcional dos mercados”, disse no fim da tarde Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em comentário enviado a clientes.

Bastante aguardado pelos investidores, o payroll trará na manhã de sexta-feira dados sobre o mercado de trabalho norte-americano, que poderão dar pistas sobre o futuro dos juros nos EUA.

No exterior, às 17h14 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,21%, a 104,070.

Pela manhã o Banco Central vendeu a oferta total de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025.

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