Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar firmava queda frente ao real nesta terça-feira, depois de trocar de sinal várias vezes em meio a negociações voláteis, ora acompanhando a depreciação da divisa norte-americana no exterior, ora refletindo incertezas domésticas em meio à tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados.
Às 10:46 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,70%, a 5,2730 reais na venda, nas mínimas do dia. A moeda trocou de sinal várias vezes durante a sessão, e chegou a subir 0,30%, a 5,3263 reais, na máxima do dia.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:46 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,60%, a 5,2825 reais.
No exterior, as moedas de países emergentes ou sensíveis às commodities tinham desempenho misto frente ao dólar, que no entanto tinha queda contra uma cesta de seis pares de países ricos.
A maior parte dessas perdas era frente ao iene japonês, que disparava depois que o Banco do Japão chocou os mercados ao decidir rever sua política de controle da curva de juros e ampliar a faixa de negociação para o rendimento dos títulos do governo de dez anos.
"Essa medida do Banco do Japão pode fazer com que o único banco central relevante que não estava endurecendo a política monetária tenha se juntado ao coro", disse em relatório a Levante Investimentos, notando instabilidade nos mercados globais após a decisão da autoridade monetária japonesa.
Nesta sessão, os contratos futuros do petróleo avançavam, o que oferecia algum suporte a divisas sensíveis aos preços das commodities.
Colaborando para a instabilidade das operações, permanecem incertezas no mercado doméstico, em sessão crucial para o andamento da PEC da Transição no Congresso, disse Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos. A votação do texto está prevista para esta terça-feira na Câmara dos Deputados.
Na véspera, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reuniu-se com líderes da Casa e demais parlamentares para discutir a PEC --conversa que teve como pano de fundo não apenas a liminar do ministro do STF Gilmar Mendes que retira o Bolsa Família do teto de gastos, como também a decisão do Supremo de derrubar o chamado orçamento secreto.
Isso "pode gerar uma volatilidade maior no mercado durante o dia", disse Noernberg.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista subiu 0,34%, a 5,3103 reais na venda.