O dólar operou nesta quinta-feira, 4, em alta frente à maioria das moedas, e, dentre as rivais, e grande exceção foi a libra, que se valorizou após decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE). O euro se desvalorizou ante o dólar em meio a uma percepção de que a retomada econômica está atrasada na região, e ficou abaixo do nível simbólico de US$ 1,20 pela primeira vez em dois meses. Nos Estados Unidos, a publicação de dados positivos de emprego fortaleceu a moeda americana, na véspera da publicação do payroll de dezembro no país, levando o índice DXY, que mede o dólar frente seis rivais, ao maior nível em 2 meses.
O DXY fechou em alta de 0,39%, a 90,529 pontos. O iene, segundo maior componente do índice, se desvalorizou perante o dólar, e era cotado a 105,56 no final da tarde em Nova York.
Para justificar a máxima do dólar em dois meses, a Western Union aponta "novas evidências da aceleração da economia dos EUA". Os pedidos de seguro-desemprego semanais melhoraram mais do que o esperado, após dados fortes do relatório de contratações ADP. "Consequentemente, está crescendo a confiança de que o mercado de trabalho nos EUA se recuperou após um revés em dezembro", avalia a consultoria. Caso o payroll de amanhã apresente resultados "sólidos", a Western Union projeta que o dólar pode subir ainda mais.
Enquanto a economia americana apresenta sinais de recuperação, na zona do euro prevalece a cautela, em meio a lockdowns e disputas por conta da vacinação contra a covid-19. O "sentimento se deteriorou de forma significativa" na região, aponta a Western Union. Um possível governo do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi na Itália não foi suficiente para impulsionar ainda a moeda comum, enquanto seguem as tratativas. Desta forma, o euro se desvalorizou por mais um dia ante o dólar, sendo cotado a US$ 1,1969 no final da tarde, no menor nível em dois meses.
A libra limitou os ganhos do DXY, após recuperar parte das perdas nos últimos dias seguindo decisão do BoE. A percepção de que é improvável a adoção de juros negativos no país ajudou a moeda a se fortalecer durante a sessão. Há ainda a perspectiva de que o ativo possa se fortalecer mais. Para a cotação da libra, a Capital Economics faz aposta de alta a US$ 1,40 até o final de 2021 e a US$ 1,45 até o final de 2022. Na sessão de hoje, era cotada a US$ 1,3676.