(Repete matéria sem alteração para acrescentar queda no título)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar passava a cair frente ao real nesta quinta-feira, depois de trocar de sinal várias vezes ao longo da manhã, acompanhando a movimentação da divisa norte-americana no exterior conforme investidores aguardavam sinalizações de um encontro de banqueiros centrais organizado pelo Federal Reserve.
Depois de tocar os 5,08575 reais na mínima do dia (-0,49%), alcançada logo após a abertura, a moeda norte-americana ganhou fôlego durante a manhã e foi aos 5,1444 reais no pico do pregão (+0,66%), antes de reverter totalmente seus ganhos. Às 12:00 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,08%, a 5,1065 reais na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 12:00 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,19%, a 5,1145 reais.
O dólar negociado no mercado doméstico seguia a movimentação de um índice que compara a divisa norte-americana com uma cesta de rivais fortes, que, depois de chegar a ser negociado perto da estabilidade mais cedo, perdeu ímpeto e passava a operar em território firmemente negativo. Às 12h56 (de Brasília), o índice do dólar caía 0,27%, a 108,340.
Alguns pares latino-americanos do real, como pesos chileno e colombiano, também devolveram perdas iniciais frente ao dólar e passaram a subir nesta quinta-feira. Nos mercados emergentes mais amplos o ambiente também era de fraqueza da moeda norte-americana, com dólar australiano e rand sul-africano ganhando 0,9% cada.
O foco de investidores estava no simpósio anual de Jackson Hole, um encontro de banqueiros centrais organizado pelo Federal Reserve, cujo chair fará discurso no evento na sexta-feira. As falas de Jerome Powell e de outras autoridades serão avaliadas em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos, disseram estrategistas da Travelex, ressaltando que a expectativa pelas indicações da conferência pode elevar a volatilidade nos mercados.
A maior parte dos investidores espera que o Fed reforce uma mensagem dura no combate à inflação em Jackson Hole, apesar de dados referentes a julho terem mostrado inalteração dos preços ao consumidor dos EUA, um alívio em relação à disparada de 1,3% de junho.
"A questão a ser respondida agora é como o Fed vê essa desaceleração (da inflação)", disse a Levante Investimentos em relatório. "Se a percepção do banco central americano for de que é apenas uma queda pontual, isso vai significar uma continuidade da elevação dos juros e do aperto na política monetária."
Dados desta quinta-feira mostraram que a economia dos Estados Unidos contraiu a um ritmo mais moderado do que inicialmente se pensava no segundo trimestre, apoiada pelos gastos dos consumidores. Essa leitura, embora colaborasse para a redução de temores de recessão global, pode se somar à lista de argumentos a favor de manutenção de uma postura de política monetária agressiva por parte do Fed.
(Edição de Camila Moreira)