Dólar passa a subir ante real em meio a baixa liquidez de fim de ano

Publicado 28.12.2020, 09:12
Atualizado 28.12.2020, 12:20
© Reuters. Dólar recua ante real com alívio após novas medidas de estímulo nos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar deixou para trás as perdas iniciais e passou a subir com força ante o real nesta segunda-feira, em reta final de ano que costuma ser marcada por volatilidade e menor liquidez.

Às 12h02, o dólar à vista subia 1,02%, a 5,2591 reais, depois de oscilar entre 5,2618 reais (+1,07%) e 5,1646 reais (-0,80%).

O contrato mais líquido de dólar futuro --o para janeiro de 2021, que expira na próxima segunda-feira-- tinha alta de 0,77%, a 5,2565 reais.

Vários operadores chamavam atenção para a baixa liquidez dos mercados com a aproximação do Ano Novo, com o menor giro potencializando volatilidade. A expectativa de compra bilionária de dólares por bancos na virada do ano, por causa do desmonte do "overhedge", era apontada como possível fator de pressão para o real.

"Com o final de ano, a liquidez reduzida pode gerar algum movimento mais brusco nos mercados", disse à Reuters João Freitas, analista da Toro Investimentos.

Já a questão do overhedge pode trazer pressão para o mercado de câmbio, mas nada muito destoante para fazer o dólar subir exageradamente contra o real no curto prazo, opinou. "Desde o começo de dezembro vimos o Banco Central ampliando oferta de swaps para melhorar liquidez."

O "overhedge" é uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo de 2020, em regras tributárias. Desfazer o "overhedge" implica compra de dólares.

Algumas estimativas de mercado apontam valores em torno de 16 bilhões de dólares de tomada de moeda, volume parcialmente compensado pela perspectiva de que o BC despeje um total de 9,602 bilhões de dólares em dinheiro novo via swaps.

Nos mercados internacionais, o dia era de alívio depois que novas medidas de auxílio econômico foram aprovadas nos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Donald Trump, sancionou no domingo um pacote de ajuda pela pandemia e de gastos no valor total de 2,3 trilhões de dólares, restaurando o auxílio-desemprego a milhões de cidadãos e evitando a paralisação do governo federal.

Após meses de ansiedade em relação ao mercado de trabalho e à saúde das empresas da maior economia do mundo, os mercados internacionais comemoravam a notícia, recebendo ainda o impulso do acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia (UE).

Os principais índices de Wall Street atingiram máximas recordes na abertura desta segunda-feira.

Enquanto isso, sem expectativas de movimentações importantes em Brasília com a aproximação do fim do ano, investidores locais devem levar sua ansiedade em relação ao cenário fiscal doméstico --que tem dominado o radar dos mercados nos últimos meses.

Em meio também a atrasos na agenda de reformas estruturais, os mercados devem ficar à espera de garantias concretas de que o governo não desrespeitará seu teto de gastos em 2021.

Na última sessão, na quarta-feira da semana passada, o dólar registrou alta de 0,70%, a 5,2002 reais na venda, maior valor desde 2 de dezembro (5,2422 reais).

A moeda norte-americana acumula salto de aproximadamente 31% contra o real no ano de 2020, a caminho da maior alta anual desde 2015, quando a cotação disparou 48,5%, e do quarto ano seguido de valorização.

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