Dólar recua em linha com perdas entre emergentes e com tarifa de Trump em foco

Publicado 04.08.2025, 17:12
Atualizado 04.08.2025, 17:50
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017   REUTERS/Thomas White/Illustration

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista fechou em baixa ante o real nesta segunda-feira, recuando pela segunda sessão seguida diante da perspectiva de retomada do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve e na esteira da recuperação de ativos brasileiros depois das perdas acumuladas com a ação tarifária dos Estados Unidos sobre o Brasil.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,69%, a R$5,5070.

Às 17h18, na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,61%, a R$5,545 reais na venda.

Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo as perdas da moeda norte-americana ante divisas emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno, uma vez que os mercados continuaram repercutindo um relatório de emprego fraco dos Estados Unidos na semana passada.

Os números de sexta-feira mostraram que os empregadores dos EUA criaram bem menos postos de trabalho do que o esperado em julho, enquanto os resultados dos dois meses anteriores foram revisados de forma acentuada para baixo, sugerindo perda na resiliência do mercado de trabalho.

Com isso, operadores têm reavaliado as apostas sobre os próximos movimentos do banco central dos EUA, projetando agora mais de 90% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros já na próxima reunião, em setembro. Outra redução até dezembro está totalmente precificada.

Juros mais baixos nos EUA tendem a derrubar os rendimentos dos Treasuries, o que, em consequência, pressiona o dólar nos mercados globais. No Brasil, a divisa norte-americana já tinha fechado a sexta-feira em baixa de 0,98%, a R$5,5453.

"O ambiente externo começa a semana menos tenso, mas ainda instável. O dólar segue oscilando diante da perspectiva de cortes de juros nos EUA, enquanto o real continua vulnerável também às incertezas internas", disse Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP (BVMF:XPBR31).

"Para o Brasil, previsibilidade fiscal e estabilidade institucional serão determinantes para sustentar a confiança dos investidores e evitar novas pressões sobre ativos locais", completou.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,04%, a 98,704.

No cenário doméstico, o mercado também tem se mostrado um pouco mais aliviado com o atual panorama das tensões comerciais entre Brasil e EUA, depois que o presidente Donald Trump oficializou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas excluiu uma série de produtos da taxa.

Essa perspectiva mais positiva tem ajudado ativos brasileiros a recuperar as fortes perdas acumuladas ao longo de julho, principalmente nos dias em que parecia que a ameaça tarifária de Trump iria ser estendida à toda a pauta de exportação brasileira.

Somente em julho, o dólar subiu 3% ante o real.

No entanto, ainda prevalece um sentimento de cautela, enquanto o governo brasileiro busca negociar para que outros produtos recebem isenção da taxa punitiva.

Diante desses dois fatores favoráveis à moeda brasileira, o dólar atingiu a mínima desta sessão, a R$5,4957 (-0,89%), às 11h36. A máxima do dia, a R$5,54285 (-0,04%), foi atingida minutos após a abertura.

Mais cedo, o Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

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