O dólar operou em baixa com relação a maior parte das moedas de países desenvolvidos nesta segunda-feira, com a libra e o euro registrando ganhos, em parte pela melhora no sentimento de risco. Entre os emergentes, não houve sinal único, com o yuan registrando valorização ante ao dólar, e a lira turca e o rublo com expressivas perdas em virtude de riscos geopolíticos.
O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA frente a uma cesta de seis principais, encerrou em baixa de 0,38%, a 94,278 pontos. A queda foi a tendência ao longo do dia e, já às 5h36, o DXY recuava 0,21%. A divisa norte americana se desvalorizou a 105,50 ienes no fim da tarde em Nova York.
"O dólar está enfraquecendo à medida que o sentimento de perda de risco diminui", apontou o BBH, depois de lembrar que o DXY chegou ao seu maior nível desde 24 de julho na última sexta-feira. "A tendência ampla do dólar fraco deve, eventualmente, ser retomada, já que continuamos negativos em relação ao dólar, devido à combinação agora familiar de um Fed ultra dovish e dados econômicos atenuados dos EUA", conclui a análise.
O aumento de casos de coronavírus na Europa "afetou a narrativa de que a Europa estava em um caminho mais rápido para a recuperação do que os EUA", aponta a Western Union sobre a queda da moeda na última semana. No entanto, a fuga em direção ao dólar diminuiu nesta segunda-feira, e o euro parou a desvalorização perante o ativo americano. No fim da tarde, o euro era cotado a US$ 1,1665 frente ao dólar.
A libra operou em alta com boas perspectivas sobre o Brexit e sinais do Banco da Inglaterra (BoE). "Ainda estou convencida de que um acordo é possível", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, hoje. A Western Union apontou que a expectativa por juros negativos poderia "diminuir os ganhos da libra", mas ao longo do dia, os sinais foram de que é pouco provável que o BoE adote tais medidas. A libra operava em US$ 1,2833 com relação ao dólar, frente a US$ 1,2743 no mesmo horário na sexta-feira.
O yuan segue sua alta em relação do dólar, fechando seu trimestre mais forte desde 2008, impulsionado pelo otimismo do mercado em relação às perspectivas econômicas da China e pelas altas taxas de juros do país asiático. A moeda era cotada a 6.8129 frente ao dólar.
A CEE Markets indicou que a "rápida escalada de tensões geopolíticas" está pressionando a lira turca e o rublo no começo da semana. No enclave de Nagorno-Karabach, a disputa entre Armênia e Azerbaijão adiciona incertezas nas divisas das duas potências, que no caso russo é aliada histórica dos armênios, enquanto no turco há apoio aos azeris.
A CEE indica que há "preocupações" de que Ancara e Moscou se vejam envolvidos no avanço de um conflito, que registrou escaladas de tensões como não via há anos nos últimos dias. O rublo era cotado a 79,114 frente ao dólar, queda de mais de 1% em relação a última semana. As perdas na lira foram ainda maiores, depois de o país ter tido valorização em sua moeda após decisão do banco central na semana passada. As perdas ultrapassaram o 1,6%, com a moeda chegando próxima a 7,80 frente ao dólar.