Lula diz que espera encontrar com Trump e que enviou carta convidando para COP30
Investing.com – O dólar americano operava em alta na manhã desta quinta-feira, recuperando parte das perdas registradas na sessão anterior, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou os rumores sobre uma possível destituição antecipada do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Por volta das 7h45 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,37%, a 98,435, após encerrar uma sequência de seis altas consecutivas com forte correção no pregão anterior.
Mercado reage a incertezas sobre o futuro de Powell
O dólar chegou a cair com força na quarta-feira, após sinais iniciais de que Trump poderia demitir Powell. A reversão veio pouco depois, quando o presidente declarou não ter intenção de afastar o chefe do banco central.
Trump classificou como “altamente improvável” uma demissão por fraude, em referência a críticas do Partido Republicano aos custos da renovação da sede do Fed em Washington, estimada em US$ 2,5 bilhões. O Fed defendeu publicamente a condução do projeto.
Powell tem sido alvo frequente de críticas do presidente, sobretudo pela condução da política monetária. Trump voltou a pressionar o Fed por cortes mais agressivos nos juros, em meio à sua agenda econômica.
A substituição do presidente do banco central por decisão do chefe do Executivo representaria um marco sem precedentes na história institucional americana.
“Naquele momento, vimos a reação esperada: inclinação na curva de juros e queda acentuada do dólar”, comentaram analistas do ING.
“Mesmo assim, o mercado nunca chegou a precificar integralmente uma saída de Powell. A projeção para um corte na reunião de setembro não passou de 20 pontos-base, e o EUR/USD não superou 1,1720, mesmo antes do desmentido de Trump reverter todo o movimento.”
O sentimento também foi influenciado pelos dados do índice de preços ao produtor (IPP) de junho, que vieram estáveis na comparação mensal. O número ajudou a conter os temores gerados por um relatório anterior, que havia apontado aceleração nos preços ao consumidor.
Libra recua após números fracos do mercado de trabalho britânico
Na Europa, o EUR/USD cedia 0,4%, negociado a 1,1699, à espera da leitura final do índice de preços ao consumidor da zona do euro, que deve confirmar a inflação de junho em 2,0% na base anual, acima dos 1,9% registrados no mês anterior.
Embora o Banco Central Europeu tenha sinalizado estabilidade nas taxas de juros para a próxima reunião, marcada para o fim do mês, a ameaça de Trump de impor uma tarifa de 30% sobre as importações da União Europeia adiciona incerteza ao cenário monetário da região.
O GBP/USD recuava 0,3%, cotado a 1,3390, após os dados do Reino Unido mostrarem uma deterioração maior que a esperada no mercado de trabalho. A taxa de desemprego subiu para 4,7% no trimestre encerrado em maio, o nível mais elevado desde junho de 2021, enquanto o crescimento salarial, excluindo bônus, desacelerou para 5,0% ao ano, ante 5,3% no mês anterior.
O enfraquecimento do mercado de trabalho britânico abre espaço para que o Banco da Inglaterra avalie um novo corte de juros na próxima reunião.
Dólar australiano em queda após surpresa negativa no emprego
Em outros mercados, o USD/JPY avançava 0,5%, a 148,64, com atenção voltada às pesquisas eleitorais no Japão que sugerem risco de perda da maioria no Senado por parte da coalizão liderada pelo primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
O AUD/USD caía 1%, para 0,6472, atingindo o menor nível em mais de três semanas, após dados mostrarem que a economia australiana criou bem menos vagas do que o esperado em junho. O aumento inesperado na taxa de desemprego reforçou os sinais de desaquecimento no ritmo de contratações.
Já o USD/CNY se mantinha praticamente estável, cotado a 7,1798.