Dólar tem forte queda ante real com alívio externo e eleições domésticas no radar

Publicado 17.10.2022, 09:13
Atualizado 17.10.2022, 10:50
© Reuters. Cédulas e moedas de dólares 
03/11/2009
REUTERS/Rick Wilking

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caía frente ao real nesta segunda-feira, acompanhando a fraqueza da moeda norte-americana no exterior em meio a pausa num movimento global de fuga para a segurança, enquanto, na cena local, investidores digeriam o debate presidencial da véspera, a pouco menos de duas semanas do segundo turno das eleições.

Apesar da desvalorização da moeda dos Estados Unidos nesta sessão, participantes do mercado alertavam para uma semana turbulenta em meio a temores globais de aperto monetário, tensões geopolíticas e incertezas político-fiscais domésticas.

Às 10:41 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,27%, a 5,2560 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:41 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,30%, a 5,2715 reais.

No exterior, um índice que compara a divisa norte-americana a uma cesta de seis rivais fortes caía 0,6% nesta manhã, abrindo espaço para a valorização de várias moedas emergentes ou sensíveis às commodities. Rand sul-africano e dólar australiano, importantes pares do real, avançavam mais de 1% no dia. As ações listadas nas principais bolsas também registravam ganhos. 

Ajudava no sentimento dos mercados internacionais a notícia de que o novo ministro das Finanças do Reino Unido reverteu boa parte de um plano de corte de impostos que desencadeou ondas de estresse no mercado de títulos britânico e contaminou o apetite por risco global nas últimas semanas.

Investidores também descreviam o bom humor mundial nesta segunda-feira como um ajuste em relação ao forte tombo de ativos considerados arriscados na sexta-feira.

"Apesar de (o dólar) estar abrindo em queda, essa é uma semana um tanto quanto turbulenta quando a gente olha o cenário externo", disse Renan Mazzo, chefe de câmbio da SVN Investimentos, citando preocupações com a guerra da Rússia na Ucrânia e a disseminação da Covid-19 na China.

LEIA MAIS: Atenção à fala do presidente da China sobre a “força de combate mundial”

A Rússia atacou cidades ucranianas com drones nesta segunda-feira, na segunda grande onda de ataques aéreos em um semana, enquanto, na China, o presidente Xi Jinping reiterou no fim de semana a eficácia de sua política de Covid-zero.

"Essas questões, somadas à questão da inflação global, preocupação com recessão, os bancos centrais subindo juros, (formam) um cenário bem turbulento... Tende a haver bastante volatilidade" ao longo da semana, disse Mazzo.

O Goldman Sachs (NYSE:GS) (BVMF:GSGI34) disse em relatório recente que "o dólar tem muita coisa jogando a favor dele no momento", já que dados econômicos norte-americanos têm se mostrado relativamente resilientes e há um forte apelo global por segurança em um ambiente de risco instável, ao mesmo tempo que "é difícil encontrar um candidato para ser substituto" da divisa norte-americana.

O índice do dólar contra pares fortes dispara mais de 17% no acumulado de 2022, e o fortalecimento externo da moeda tem sido um dos principais responsáveis pelos momentos de depreciação do real no mercado brasileiro.

No entanto, a moeda norte-americana ainda recua mais de 5% frente à brasileira até agora no ano, com o patamar elevado da taxa Selic (13,75%), o bom desempenho da economia local na comparação com pares globais e um resultado mais apertado do que o esperado no primeiro turno das eleições presidenciais servindo como colchão para o real, de acordo com especialistas.

Na cena eleitoral, investidores digeriam o debate da véspera entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) --em que o petista criticou a atuação do presidente na pandemia de Covid-19 e o candidato à reeleição atacou a corrupção na Petrobras-- e aguardavam novas pesquisas de intenção de voto antes da segunda rodada do pleito presidencial, que acontecerá no dia 30 de outubro.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.