Taxas futuras recuam com impasse comercial entre Brasil e EUA e falas de Galípolo no radar
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista fechou em leve alta ante o real nesta segunda-feira, em sessão de baixa liquidez e vazia de indicadores, mas com noticiário movimentando no cenário doméstico e externo, o que incluiu novidades sobre o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,18%, a R$5,4439.
Às 17h13, na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,19%, a R$5,472 na venda.
Os movimentos do real foram pressionados pela força da moeda norte-americana no exterior durante todo o dia, mas permaneceram restritos a uma faixa estreita.
Na cotação máxima do dia, o dólar atingiu R$5,4587 (+0,45%), às 12h13. Na mínima, a moeda alcançou R$5,432 (-0,04%), logo após a abertura. A oscilação entre a maior e a menor cotação do pregão foi de pouco mais de dois centavos de real.
Os pequenos ganhos da divisa dos EUA ocorreram depois de uma semana em que a moeda recuou cerca de 2% em relação ao real, na esteira de um movimento de fraqueza global.
"Hoje estamos aqui nitidamente em um dia de liquidez baixa por termos uma agenda fraca, natural que não haja tomada de posições mais contundentes", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Os investidores pouco reagiram ao noticiário sobre a disputa comercial entre Brasil e EUA, com novidades fornecidas principalmente por uma entrevista concedida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews.
Haddad disse que o pacote do governo para ajudar empresas afetadas pela tarifa de 50% dos EUA deve incluir linhas de crédito, adiamento de cobrança de tributos, compras governamentais de produtos que seriam exportados e reformas estruturais para estimular vendas ao exterior.
O ministro também informou que uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que estava agendada para quarta-feira e na qual o governo esperava negociar a taxação sobre os produtos brasileiros, foi cancelada pelo governo norte-americano, atribuindo o resultado à articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No cenário externo, também na frente comercial, uma autoridade da Casa Branca relatou que o presidente Donald Trump assinou um decreto para estender em 90 dias o prazo estabelecido para imposição de tarifas mais altas sobre produtos da China.
Os agentes ainda se preparavam para uma semana repleta de dados e eventos importantes. Relatório de inflação ao consumidor dos EUA deve movimentar os mercados na terça-feira, com o foco nas apostas sobre os próximos movimentos do Federal Reserve.
Já na frente geopolítica, o destaque será o encontro entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na sexta-feira, conforme se intensificam as discussões para encontrar uma resolução que encerre a guerra na Ucrânia.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,33%, a 98,556.
Pela manhã, o Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.
(Edição de Isabel Versiani)