Dólar oscila acima de R$5,80 em meio a incertezas no exterior e com cenário fiscal

Publicado 27.02.2025, 09:15
Atualizado 27.02.2025, 10:15
© Reuters. Notas de real e dólarn18/12/2024nREUTERS/Amanda Perobelli

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista oscilava acima de R$5,80 nesta quinta-feira, à medida que os investidores seguiam receosos pelas incertezas comerciais e geopolíticas no exterior, assim como pelo cenário fiscal brasileiro.

Às 9h50, o dólar à vista subia 0,06%, a R$5,8057 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,15%, a R$5,814 na venda.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,86%, a R$5,8022.

O sentimento dos investidores nesta sessão continua sendo de ligeira aversão ao risco, à medida que ainda ponderam sobre ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto aguardam uma resolução pelo fim da guerra na Ucrânia.

No mais recente comentário sobre a nova política comercial, Trump aumentou as esperanças de que haverá um adiamento nas novas tarifas sobre importações de México e Canadá, dizendo que elas podem entrar em vigor em 2 de abril, mas propondo uma tarifa "recíproca" de 25% sobre carros e outros produtos europeus.

Investidores têm refletido sobre o quanto devem levar a sério as declarações do presidente norte-americano, uma vez que seus planos tarifários têm sido vistos, em alguns casos, mais como uma tática de negociação do que medidas concretas.

Já que o dólar tem recuado amplamente neste ano nos mercados globais, em parte justamente por conta do recuo dos temores em relação às tarifas, há espaço para um movimento de recuperação, o que ganhou força nesta semana.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,13%, a 106,590.

Investidores voltarão suas atenções neste pregão a números de PIB e pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, em busca de sinais que sustentem ou contrariem a percepção de maior fraqueza da economia norte-americana.

No mercado nacional, os agentes financeiros seguem expressando temores com a trajetória da inflação e com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas.

Dados recentes sobre preços e emprego -- com destaque para o relatório de criação de vagas formais divulgado na véspera -- têm deixado os investidores mais pessimistas em relação ao cenário econômico brasileiro para este ano, em meio à percepção de uma inflação crescente e de um mercado de trabalho ainda forte.

Nesta manhã, dados do IBGE mostraram que a taxa de desemprego aumentou a 6,5% nos trimestre até janeiro, ante 6,2% no trimestre até outubro. A alta, no entanto, foi atribuída principalmente a efeitos sazonais e a taxa ficou ligeiramente abaixo dos 6,6% previstos por economistas em pesquisa da Reuters.

Em relação aos preços, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou um pouco mais do que o esperado por analistas em fevereiro, em alta de 1,06%, depois de ter avançado 0,27% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.

"Os investidores estão ancorando a expectativa na incerteza sobre o controle da inflação e manutenção dos gastos públicos no futuro", disse Nicolas Gomes, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

"Investidor estrangeiro está atento aos dados do PIB nos EUA e dados de emprego. Caso venha com uma indicação de aquecimento econômico podemos ter mais pressão na moeda", completou.

Nos últimos dias, o mercado ainda tem sinalizado maior nervosismo de que a recente queda de popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa levar à adoção de medidas que piorem ainda mais a situação das contas públicas.

Esse cenário, segundo analistas, favorece uma fuga de risco, valorizando o dólar frente ao real.

No ano, no entanto, a moeda dos EUA ainda acumula perda de 6,04%.

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