Dólar tem queda forte após Copom e com perspectiva de acordos dos EUA

Publicado 08.05.2025, 17:13
Atualizado 08.05.2025, 17:55
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017   REUTERS/Thomas White/Illustration

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar interrompeu sequência de três altas consecutivas e fechou a quinta-feira pós-Copom em baixa superior a 1%, reagindo a fatores como o avanço das taxas dos DIs de prazos curtos, a perspectiva de acordo comercial entre EUA e alguns de seus principais parceiros e o fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa brasileira.

A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 1,44%, aos R$5,6620. No ano, a divisa acumula baixa de 8,37%.

Às 17h43, na B3 (BVMF:B3SA3), o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- cedia 1,22%, aos R$5,7005.

A sessão do mercado brasileiro de renda fixa foi marcada por ajustes técnicos nesta quinta-feira, o que também influenciou as cotações do dólar ante o real.

Na noite de quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou uma alta de 50 pontos-base da Selic, para 14,75% ao ano, como era largamente esperado.

Ao mesmo tempo, deixou a decisão no encontro de junho em aberto, dependente dos dados econômicos, podendo tanto encerrar o ciclo de altas quanto promover uma última elevação, desta vez de 25 pontos-base.

Embora as taxas médias e longas dos DIs tenham recuado nesta quinta-feira, em meio à constatação de que, depois de parar o avanço da Selic, o passo seguinte do BC será cortá-la, as taxas dos DIs curtos avançaram com a leitura de que o BC ainda pode promover uma elevação residual de 25 pontos-base da Selic em junho. No mercado de câmbio, isso pesou sobre as cotações do dólar.

“Vimos aqui um movimento de alta dos juros futuros curtos, de olho na alta dos retornos dos Treasuries e em reação ao comunicado do Copom, que acabou embalando a queda das taxas médias e longas”, resumiu o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo.

“Esse juro (Selic), maior dos últimos 20 anos, funciona como um colchão para a nossa moeda. (O dólar) pode até não desabar para R$5,40 ou R$5,50... mas subir, não tem como”, acrescentou.

Além do fator Copom, o câmbio foi influenciado pela notícia de que Estados Unidos e Reino Unido estavam fechando um acordo comercial -- o primeiro desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs tarifas de importação a seus parceiros. O otimismo com as conversas comerciais entre EUA e China no próximo fim de semana era outro fator favorável ao real.

Para completar, o dia também foi de forte alta para o Ibovespa, superior a 2%, com profissionais voltando a citar o fluxo de capital estrangeiro para as ações brasileiras.

Neste cenário, o dólar cedeu durante praticamente todo o dia, em trajetória contínua de baixa.

O recuo do dólar ante o real ocorreu apesar de, no exterior, o dólar sustentar ganhos ante boa parte das demais divisas, na esteira da decisão sobre juros do Federal Reserva, na véspera.

Às 17h40, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,73%, a 100,620.

A perspectiva em torno dos acordos comerciais dos EUA, porém, trouxe alívio para o real e alguns de seus pares, como o peso chileno e o peso mexicano.

Pela manhã, o BC vendeu toda a oferta de 25.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.

(Edição de Pedro Fonseca e Isabel Versiani)

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