Mercado reduz previsão de inflação este ano a 5,05% e vê superávit comercial menor em 2025 e 2026
Investing.com – O dólar voltou a cair nesta terça-feira, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um cessar-fogo entre Israel e Irã, o que provocou uma reavaliação do risco global e levou a perdas para a principal moeda de proteção em tempos de incerteza.
Às 7h45 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas relevantes, registrava queda de 0,3%, a 97,752, embora ainda acumulasse valorização na semana.
Trump afirmou que o cessar-fogo entre Israel e Irã “está em vigor” e alertou que nenhuma das partes deve contrariá-lo.
A declaração elevou as apostas de encerramento dos 12 dias de confrontos armados, que incluíram ataques aéreos com vítimas civis, pressionando os preços do petróleo e favorecendo o apetite por ativos de maior risco.
“Os mercados estão reavaliando o risco geopolítico após o presidente Trump afirmar que um cessar-fogo foi estabelecido entre Irã e Israel, depois de ações retaliatórias limitadas contra posições americanas no Catar ontem”, observaram analistas do ING em relatório.
“O suporte recente ao dólar, embora modesto, perdeu tração com a reversão dos preços do petróleo”, acrescentaram.
Os investidores agora direcionam sua atenção a Washington, onde o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, inicia dois dias de depoimentos no Congresso.
Powell deverá ser questionado sobre a decisão do banco central de manter os juros inalterados na última reunião e sobre a perspectiva de manutenção da atual postura cautelosa, especialmente após Trump sugerir cortes de “dois a três pontos percentuais” e criticar abertamente a condução da política monetária.
“Qualquer mudança na retórica de Powell pode ser interpretada como sinal de que a pressão política está afetando a autonomia do Fed – o que pode favorecer uma desvalorização relevante do dólar”, complementou o ING.
Euro e libra avançam com fundamentos locais
Na Europa, o EUR/USD avançou 0,1%, para 1,1591. A moeda comum se beneficiou da queda das cotações do petróleo, fator favorável para a balança comercial da União Europeia, que depende fortemente da importação de petróleo e gás natural liquefeito.
Na Alemanha, o ambiente empresarial demonstrou melhora além das expectativas em junho, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira. O índice de clima de negócios do instituto Ifo subiu para 88,4, ante 87,5 em maio, com destaque para a evolução das projeções das companhias.
O GBP/USD teve alta de 0,7%, alcançando 1,3596, com a libra esterlina ganhando força após dados da Kantar indicarem que a inflação dos alimentos no Reino Unido atingiu 4,7% nas quatro semanas até 15 de junho – maior nível desde março do ano passado.
Segundo a consultoria, a elevação foi puxada por itens como chocolate, manteiga e carnes, o que pode dificultar um relaxamento monetário pelo Banco da Inglaterra, já que as pressões sobre os preços seguem intensas.
Iene retoma força após queda anterior
Na Ásia, o USD/JPY cedeu 0,8%, para 144,97. O iene japonês recuperou parte das perdas acumuladas na sessão anterior, quando teve demanda limitada apesar dos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas. Tradicionalmente associado à aversão ao risco, o iene demonstrou menor tração no início da semana.
O foco agora se volta aos dados de inflação de Tóquio, que devem oferecer pistas adicionais sobre as tendências de preços no Japão e, por consequência, sobre os próximos passos do Banco do Japão em sua política de juros.
O USD/CNY operou em leve queda, a 7,1780, oscilando dentro de uma faixa restrita após a autoridade monetária chinesa manter estáveis suas taxas básicas de empréstimo no fim da semana passada.