Por Yasin Ebrahim
Investing.com – O dólar permaneceu lento nesta terça-feira à medida que Jerome Powell, do Federal Reserve, menosprezou as preocupações sobre a inflação e apresentou uma perspectiva otimista sobre o mercado de trabalho, em depoimento aos parlamentares dos EUA.
O índice do dólar, que mede o valor da moeda americana com uma cesta ponderada do mercado de seis principais moedas correntes, caiu 0,21% para 91,69.
Powell não revelou muito em seu depoimento, mantendo em grande parte a mesma opinião que manifestou durante sua reunião pós-Fed, na semana passada.
"[T]alvez toda a superestimativa da inflação advenha de categorias como o aumento dos preços dos carros e caminhões usados, passagens aéreas e hotéis afetados pela reabertura da economia", disse Powell em resposta ao questionamento dos parlamentares sobre se a inflação é transitória. Esses fatores "devem, no fim das contas, começar a cair", acrescentou.
"[A]pesar de esses efeitos terem se tornado maiores do que o esperado, os dados recebidos são consistentes com a visão de que estes fatores deverão diminuir ao longo do tempo", acrescentou.
A escassez de mão-de-obra, entretanto, tem sido motivada por fatores temporários, incluindo as escolas que permanecem fechadas, receios com relação ao vírus e o seguro de desemprego. Mas esses fatores deverão diminuir no fim das contas, conduzindo ao aumento no número de novos empregos nas próximas semanas, disse Powell.
"A demanda por mão-de-obra é significativamente forte e, com o tempo, devemos nos deparar com um baixo desemprego e o aumento dos salários em todo o espectro", acrescentou.
Os comentários não esclareceram se é possível que o Fed venha a diminuir suas compras de títulos mais cedo do se imagina.
Nas últimas semanas, muitos especularam que a contração antecipada do Fed poderia provocar uma divergência na política entre o banco central dos EUA e outros bancos centrais, incluindo o Banco Central Europeu, que poderia abrir caminho para que as taxas dos EUA se movimentassem ainda mais, aumentando potencialmente o dólar.
Notando a divergência da política monetária em 2013, quando o Fed começou a pressionar a política através de planos de divulgação para afundar as compras de títulos, Morgan Stanley (NYSE:MS) (NYSE:MS) acredita que a diferença entre a política monetária do resto do mundo e a dos EUA deva diminuir desta vez, e não aumentar.
"´[É] pouco provável que os bancos centrais estrangeiros venham a se acalmar ativamente a partir desse momento, quando muito, é mais provável que voltem ao normal", afirmou Morgan Stanley.