Empresários reduzem projeções para taxa de câmbio 6 meses à frente, mostra pesquisa do BC

Publicado 30.06.2025, 15:15
Atualizado 30.06.2025, 15:20
© Reuters. Notas de real e dólarn18/12/2024nREUTERS/Amanda Perobelli

(Reuters) - Empresas consultadas pelo Banco Central reduziram suas projeções para a taxa de câmbio no Brasil no período de seis meses à frente, mas mantiveram a expectativa de que a inflação nos próximos anos seguirá acima do centro da meta perseguida pela autarquia, segundo sondagem divulgada nesta segunda-feira.

Em nova edição da etapa piloto da nova pesquisa Firmus, que traz a percepção de empresas de fora do setor financeiro sobre seus negócios e as principais variáveis econômicas, a mediana das expectativas em maio para a taxa de câmbio seis meses adiante aponta para um dólar a R$5,80, ante R$6,00 projetados na pesquisa anterior, de fevereiro. Nesta tarde de segunda-feira, o dólar à vista oscilava abaixo dos R$5,45 no Brasil.

Apesar da perspectiva de um dólar não tão valorizado -- um fator favorável ao controle da inflação --, a mediana das expectativas das empresas para o IPCA em 2025 permaneceu em 5,5% em maio. Para 2026, a projeção seguiu em 4,5% e, para 2027, em 4,00%. Nos três casos os percentuais de inflação projetados estão acima do centro da meta contínua perseguida pela BC, de 3%.

Na pesquisa Focus divulgada na manhã desta segunda, que capta as projeções das instituições financeiras, a mediana para a alta do IPCA este ano estava em 5,20%. Para 2026, o mercado financeiro espera variação de 4,50% e, para 2027, de 4,00%.

O projeto piloto da Firmus tem coletas trimestrais e o resultado divulgado nesta segunda-feira diz respeito à percepção apresentada entre 12 e 30 de maio por 187 empresas participantes.

Em relação à atividade econômica, segundo a mediana da Firmus, o PIB deste ano deve crescer 2,00%, mesmo percentual estimado em fevereiro. A previsão é menor que a projeção de 2,21% apontada na pesquisa Focus desta segunda-feira e ficou abaixo da projeção atual do próprio BC, de alta de 2,1%.

O relatório mostrou também que 17,6% das empresas ouvidas em maio esperam que os custos de mão de obra aumentem mais de 6% nos 12 meses seguintes, patamar ligeiramente acima dos 17,3% observados em fevereiro. Outros 60,4% das empresas esperavam em maio elevação do custo da mão de obra entre 4% e 6%, contra 66,0% em fevereiro.

Ainda segundo o relatório, houve redução na parcela de empresas que espera ajustar os preços de seus produtos em linha com a inflação (43,3% em maio contra 46,8% em fevereiro).

A autarquia destacou que "a maioria dos respondentes avalia que a política comercial dos EUA afetou suas atividades sobretudo pelo aumento da incerteza econômica", mas que "poucos apontaram efeitos diretos, como alta nos custos de insumos ou concorrência com importados".

 

(Por Fabrício de Castro, em São Paulo)

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