Por Geoffrey Smith
Investing.com – O euro renovou sua mínima de 20 anos frente ao dólar na terça-feira, depois que novos dados de pesquisas mostraram que a economia da zona do euro se aproximava de uma contração, pressionada pela guerra da Rússia na Ucrânia.
Às 8h40 (horário de Brasília), o euro recuava 1,18% no dia, a 1,0297, nível mais baixo desde que passou a superar o ceticismo global em relação à sua criação em 1999.
A última pernada de baixa ocorreu após a divulgação do índice de gerentes de compras da S&P Global para o bloco da moeda única, um indicador bastante acompanhado de atividade, que caiu para 52,0 em junho, contra 54,8 em maio. O número ficou um pouco acima do previsto inicialmente, mas, ainda assim, foi a leitura mais baixa em 16 meses.
A S&P disse que os dados significavam que o crescimento da zona do euro provavelmente desacelerou para cerca de 0,2% no segundo trimestre como um todo, enquanto a redução de novos pedidos e empregos, por exemplo, indicava que o pior ainda estava por vir nos próximos meses.
“O setor industrial já está em declínio, pela primeira vez em dois anos, e o setor de serviços sofreu uma acentuada perda de vigor no crescimento, em meio à crise do custo de vida”, afirmou Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence.
“Os gastos das famílias com bens e serviços não essenciais ficaram sob pressão devido à disparada dos preços, mas os gastos e investimentos das empresas também estão caindo em resposta à piora da perspectiva e ao aperto das condições financeiras”, complementou.
Um ponto positivo da pesquisa foi o fato de que as pressões inflacionárias podem estar começando a diminuir, revelou a S&P, citando “um substancial arrefecimento do aumento dos preços industriais, melhorando as cadeias de suprimentos e a queda de demanda”. Mesmo assim, eles continuam “elevados".
Qualquer flexibilização sustentada das pressões de preço pode reduzir a pressão para que o Banco Central Europeu eleve as taxas de juros agressivamente ao longo do verão. A projeção do banco fez com que os mercados esperassem um aumento de 25 pontos-base em julho e de 50 pontos-base em setembro.
Os dados do PMI desencadearam uma abrupta revisão dessas expectativas. Às 8h20 (horário de Brasília), a taxa do título de 2 anos da Alemanha, sensível aos juros, registrava queda de 15 pontos-base, a 0,53%.