Investing.com - Após um início de dia animado, que levou a uma máxima diária de 1,0726 contra o dólar, o euro perdeu força, caindo até uma mínima de 1,0660 e permanecendo próximo a esse patamar nesta sexta-feira, 10, pela manhã.
O par de moedas (EUR/USD) foi influenciado por diversas declarações de autoridades monetárias, tanto do Federal Reserve quanto do Banco Central Europeu (BCE).
Do lado do BCE, o vice-presidente do banco central, Luis De Guindos, alertou que qualquer discussão sobre cortes de juros é “claramente prematura”, enfatizando que a instituição ainda não atingiu seus objetivos. Ele afirmou ainda que “se as taxas de juros forem mantidas em seu nível atual, a inflação continuará a cair e a convergir para a nossa meta”, o que sugere que a instituição não pretende elevar as taxas tão cedo.
Outro membro do Conselho-Geral do BCE, Mário Centeno, também fez ontem comentários semelhantes, afirmando que “estamos em um platô em termos de taxas de juros”.
Do lado do Fed, as falas foram notavelmente duras. Bostic, por exemplo, declarou que o banco central americano manterá os juros em nível restritivo até que esteja seguro de que a inflação voltou para 2%.
Barkin, por sua vez, destacou que “a economia dos EUA é notavelmente forte” e que ele não está convencido de que a inflação esteja convergindo para a meta de 2%, na crença de que a economia precisa desacelerar para “vencer a inflação”.
Kathleen O’Neill Paese, presidente interina do Fed de St. Louis, foi ainda mais clara, afirmando que é “cedo demais para descartar mais aumentos de juros” e “declarar vitória contra a inflação”.
Por último, mas não menos importante, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou o ponto, admitindo que a instituição não está confiante de que apertou suficientemente a política monetária, afirmando que o banco “não hesitará” se for necessário apertá-la ainda mais.
Embora esses comentários não tenham questionado a perspectiva de uma nova pausa monetária para a próxima reunião do Fed em dezembro, claramente adiaram as expectativas de cortes de juros para 2024, conforme evidenciado pela ferramenta Monitor de Juros do Fed, fornecida pelo Investing.com.
Nesse contexto, não é surpreendente que o par EUR/USD tenha se enfraquecido, tampouco se pode descartar que a queda continue nesta sexta-feira, embora nenhum discurso do Fed ou do BCE esteja programado.
De fato, o único evento importante para o par no calendário econômico desta sexta-feira será o índice de confiança do consumidor dos EUA, da Universidade de Michigan.
Níveis técnicos a observar no EUR/USD
Do ponto de vista gráfico, lembramos que a queda do EUR/USD nos últimos dias parece fazer parte de uma rejeição desde a borda superior de um canal ascendente visível desde o início de outubro.
No curto prazo, o suporte de 1.0660 é o primeiro a ser considerado. Em seguida, a zona de 1.0630 e o patamar psicológico de 1.06 entram em jogo.
Para cima, 1.07 é um obstáculo imediato, antes da máxima de segunda-feira em torno de 1.0760, e a zona de 1.008, onde se encontram as médias móveis de 100 dias (1.0793) e 200 dias (1.0801).