SÃO PAULO (Reuters) - As expectativas do mercado para a inflação ao longo deste ano e dos próximos ficaram praticamente inalteradas mesmo após uma surpresa para cima na leitura de agosto do IPCA-15, mostrou nesta segunda-feira o boletim semanal Focus do Banco Central.
A sondagem, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os economistas seguem prevendo alta de 4,90% do IPCA em 2023. Para o ano que vem, houve ajuste de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,87%, enquanto, para 2025 e 2026, ambos os prognósticos de inflação permaneceram inalterados em 3,50%.
Na sexta-feira, dados haviam mostrado que o IPCA-15 subiu mais do que o esperado em agosto sob pressão dos custos da energia elétrica, com a taxa em 12 meses voltando a superar os 4%.
Em um Focus sem grandes alterações, outro destaque ficou para a melhora da estimativa de crescimento econômico do Brasil deste ano, a 2,31%, contra 2,29% na pesquisa anterior. Para os próximos três anos, as projeções foram mantidas em expansões de 1,33%, 1,90% e 2,00%, respectivamente.
Além disso, o mercado elevou sua projeção para a taxa de câmbio ao final deste ano, passando a calcular o dólar a 4,98 reais, contra 4,95 reais previstos na semana anterior.
O Focus segue mostrando que a taxa básica de juros Selic deve terminar este ano a 11,75%, depois de o BC tê-la cortado em agosto para o nível atual de 13,25%. Para 2024 também segue a projeção de juros a 9,0%.
(Por Luana Maria Benedito)