Paris, 31 jul (EFE).- A fabricante de pneus francesa Michelin
teve perdas de 122 milhões de euros no primeiro semestre deste ano,
frente aos 430 milhões de euros de lucro no mesmo período de 2008,
em resultado explicado essencialmente pela diminuição das vendas.
As perdas semestrais incluem os 292 milhões de euros da
reestruturação que a empresa fez para fazer frente à crise, em
particular com uma especialização das atividades industriais na
França e a reorganização industrial e comercial na América do Norte,
diz a Michelin em comunicado.
Os dez milhões de euros negativos dos resultados operacionais,
que contrastam com os 708 milhões de euros positivos da primeira
metade do ano passado, também incluem os citados elementos não
recorrentes.
Entretanto, mesmo com o desconto desse impacto excepcional, o
resultado da operação foi 60,2% menor, até 282 milhões de euros,
principalmente devido à diminuição do volume de pneus vendidos e à
subutilização das capacidades industriais.
O faturamento líquido caiu 13,4% entre janeiro e junho, para
7,134 bilhões de euros.
As vendas de pneus sofreram perdas de 29,1% no caso dos de carros
de passeio e caminhonetes novas, e de 9,4% na substituição de pneus
nestes tipos de veículos.
Em relação aos caminhões, a queda foi do 44,5% no mercado de
veículos novos, e de 17,2% no de substituição. As maiores baixas
ocorreram, em ambos os casos, na Europa, nos países da Comunidade
dos Estados Independentes (ex-repúblicas soviéticas) e na América do
Norte.
As despesas de investimento sofreram corte de 500 milhões de
euros, para 319 milhões de euros.
A dívida da empresa diminuiu em 455 milhões de euro, até 3,818
bilhões de euros, de acordo com o registro do dia 30 de junho.
O executivo-geral da Michelin, Michel Rollier, destacou que no
contexto atual de "muito forte baixa" do mercado de pneus, a empresa
mostrou poder de reação "graças às medidas de ajuste da produção",
com uso de interrupções parciais e de reorganizações industriais.
Rollier disse constatar um equilíbrio das reservas, mas advertiu
que isso "não basta para falar de uma verdadeira recuperação
econômica" e que, por isso, os esforços já feitos serão mantidos nos
próximos meses. EFE