Investing.com - A libra estava sob pressão nesta terça-feira após Mark Carney, dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), declarar não ser este o momento para a autoridade monetária britânica elevar as taxas de juros.
Na semana passada, o BoE surpreendeu os mercados quando três dos oito membros do Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) votaram pelo aumento das taxas de juros em 25 pontos base. O consenso das projeções apontava para apenas um dissidente da decisão de manter as taxas como estão.
"É compreensível que diferentes membros do MPC tenham diferentes visões sobre as perspectivas e, portanto, o momento possível de qualquer aumento das taxas do banco", explicou Carney em discurso no café da manhã da Mansion House, no Reino Unido.
"Em minha perspectiva, dados os sinais contraditórios nos gastos dos consumidores e nos investimentos empresariais, e dadas as ainda moderadas pressões inflacionárias domésticas, particularmente o crescimento anêmico de renda, agora não é ainda o momento para se começar o ajuste", esclareceu ele.
A libra atingiu a mínima intradiária frente a principais rivais devido aos comentários, perdendo o nível de 1,27 frente ao dólar e chegando a 1,2670, mínima de uma semana. O par GBP/USD caía 0,43% para $1,2683 às 05h24 em horário de Brasília.
O par EUR/GBP avançava 0,47% para 0,8792, ao passo que o par GBP/JPY recuava 0,36% para 141,54.
A libra também estava sob pressão esta semana com três sessões consecutivas no vermelho pois as negociações entre o Reino Unido e a União Europeia sobre a saída da Grã-Bretanha do bloco, processo conhecido como Brexit, começaram na segunda-feira.
Também na Mansion House, Philip Hammond, ministro das finanças do Reino Unido, insistiu que a Grã-Bretanha seria capaz de chegar a acordos que seriam bons para o povo.
Hammond insistiu que eventuais acordos precisariam incluir um acordo compreensivo sobre comércio e serviços, um acordo transicional mutuamente benéfico para evitar perturbações, acordos alfandegários sem atritos que incluiriam um período no qual o Reino Unido seguiria regras alfandegárias já em vigor até que novas sejam implementadas.
Hammond também desaconselhou a remoção de negociações de derivativos da União Europeia de Londres.
"A fragmentação de serviços financeiros resultaria em produtos de menor qualidade e mais caros para todos os interessados", insistiu ele.