O dólar operou sem direção única nesta quarta-feira, 20, com destaque para desvalorização da libra, que recuou seguindo a publicação de uma desaceleração acima do esperado na inflação do Reino Unido em novembro. A leitura levou perspectivas de um corte de juros em 2024 no país. Projetando 2024, analistas seguem apontando os diferenciais nas políticas dos principais bancos centrais como o elemento que deve guiar o câmbio nos próximos meses.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,23%, aos 102,408 pontos. Ao fim da tarde, o dólar caia a 143,65 ienes, o euro recuava a US$ 1,0943 e a libra tinha baixa a US$ 1,2639.
A surpresa com o ritmo de desaceleração do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no Reino Unido impulsionou as chances de relaxamento monetário do Banco da Inglaterra (BoE), avalia o ING.
Segundo o banco, o mercado agora vê 140 pontos-base em cortes de juros em 2024, a partir de maio. A instituição, no entanto, considera exagerada essa precificação. "Ainda pensamos que o Banco preferirá agir com um pouco mais de cautela, com cortes de 100 pontos-base começando em agosto", afirma.
No geral, há ainda espaço para maior queda do dólar, levando em conta o diferencial entre as taxas dos bancos centrais, avalia a Capital Economics, que tem expectativa de que o DXY fique um pouco abaixo de 100 pontos ao final de 2024.
Já o iene está caminhando para seu terceiro ano seguido de fortes quedas, o que é determinado em grande parte pela postura do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), lembra. No entanto, a consultoria acredita que a moeda japonesa está muito desvalorizada com relação a seu devido valor, e espera que o dólar recue a cerca de 130 ienes no final do próximo ano.
Nesta quarta, o integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Martins Kazaks afirmou que a autoridade precisa de manter as taxas de juro onde estão durante algum tempo, mas que um corte poderá ocorrer em meados de 2024. "Provavelmente parece que será em meados do próximo ano - em junho ou julho", disse Kazaks à emissora pública da Letônia.