O dólar recuou ante rivais nesta segunda-feira, 3, após dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos indicarem a possibilidade de uma recessão na economia americana, o que poderia afetar o aperto monetário do Federal Reserve (Fed). Contudo, a moeda americana ganhou fôlego e avançou contra divisas emergentes.
Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar avançava a 132,44 ienes, o euro avançava a US$ 1,0904 e a libra tinha alta a US$ 1,2418. Já o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou 0,05%, aos 102,093 pontos.
O dólar iniciou a sessão em alta, impulsionado pela notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) irá cortar sua produção de petróleo. Como a commodity é negociada na moeda americana, o anúncio ofereceu um fôlego "temporário" ao dólar, avalia o ING. No entanto, o banco aponta que um direcionamento hawkish por dirigentes do Fed seria necessário para dar mais estabilidade à moeda.
Nesta segunda, dados do PMI industrial americano apresentaram sinais de maior contração da atividade, o que enfraqueceu o dólar ante as principais moedas rivais. Para o Wells Fargo (NYSE:WFC), a atividade industrial deve perder ainda mais ímpeto, devido a condições financeiras mais apertadas e à grande incerteza provocada pelo colapso de bancos regionais, precedendo um cenário de recessão. Em discurso após anunciar a última decisão monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, havia afirmado que o aperto das condições financeiras como consequência das turbulências bancárias poderia fazer o trabalho da política monetária, o que aumentou expectativas do mercado por uma pausa na elevação dos juros.
O TD Securities relatou que as mudanças no cenário macro levaram o banco de investimentos a reduzir perspectivas para o dólar, favorecendo alta do euro e da libra em níveis acima dos previstos anteriormente. Em relatório, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) indica que o mês de abril deve ser positivo para a libra, tendo em vista o tradicional movimento de pagamento de dividendos das empresas britânicas listadas no FTSE e outros fatores que beneficiam a moeda.
Contra emergentes, o dólar avançava a 19,1994 liras turcas, no horário citado. A moeda da Turquia ampliou perdas após dados da inflação local, que desacelerou, mas ainda em nível elevado.
Na visão do ING, duas possibilidades guiarão o mercado de câmbio nesta semana: dados fortes e um Fed hawkish oferecerão suporte ao DXY por volta dos 103,00 ou 103,50 pontos; do contrário, existe o risco do índice ficar por volta dos 102,00 pontos. Entre os dados, o banco destaca a publicação do payroll, na sexta-feira.