Morgan Stanley rebaixa recomendação de CSN e Usiminas; mantém Gerdau em Compra

Publicado 21.07.2025, 15:18
© Reuters.

Investing.com – A perspectiva de desafio persistente da indústria siderúrgica em meio a elevadas importações de aço da China levou o Morgan Stanley (NYSE:MS) a rebaixar as ações da CSN (BVMF:CSNA3) e Usiminas (BVMF:USIM5) para, respectivamente, Underweight (equivalente à “Venda”) e Equal-weight (igual à “Neutra”). Mesmo sob o novo sistema tarifário de cotas de importação adotado pelo Brasil no ano passado, os analistas do banco americano veem oportunidades para o país asiático driblar a tarifa por meio da triangulação das vendas de aço ao Brasil por outros países. Já os papéis da Gerdau (BVMF:GGBR4) foram mantidos em Overweight (equivalente à “Compra”).

Às 15h15, as ações da CSN subiam 0,77% a R$ 7,88, os papéis da Usiminas tinham avanço de 2,04% a R$ 4,00, enquanto as ações da Gerdau operavam em alta de 3,72% a R$ 16,71. O apetite ao risco das ações ocorre em meio ao anúncio de construção de uma mega hidrelétrica na China, além da perspectiva de estímulos macroeconômicos pelo governo chinês, o que elevou o preço do minério de ferro e do aço no país asiático.

O que motivou o rebaixamento de CSN e Usiminas

Os analistas do Morgan Stanley apontam que as medidas antidumping contra o aço não surtiram o efeito desejado. “O novo sistema tarifário de cotas implementado em 2024 não atingiu os resultados esperados, com as importações 240% maiores do que o verificado em 2020”, aponta o banco americano.

Em maio, as exportações de aço da China para o Brasil atingiram o nível recorde. Além disso, as importações de zonas de livre-comércio e de países com acordo bilateral com o Brasil permanecem isentos da tarifa de cotas, o que incentiva triangulação das exportações chinesas.

“Acreditamos que as cotas mais baixas e a adição de quatro novos produtos ao novo sistema de quota tarifária serão insuficientes para conter as importações no Brasil”, escrevem os analistas do Morgan Stanley em relatório.

Sob a expectativa de continuidade nos níveis de importação de aço nos próximos meses pelo Brasil, os preços devem seguir pressionados. “O excesso de oferta vai mais do que cobrir a resiliente demanda interna”, diz o banco americano, que prevê queda trimestral entre 0,3% e 2% do preço doméstico de Gerdau, CSN e Usiminas entre abril e julho, com uma perspectiva de baixa de 1,1% no segundo semestre ante o primeiro.

A tese do Morgan Stanley para o trio de aço pode não ocorrer se o governo decidir tomar medida protetiva adicional ou se todas ou a maioria das investigações antidumping resultarem em uma medida provisória favorável. Com isso, o ambiente para os produtores locais poderia tornar-se significativamente melhor do que o projetado pelo banco.

Os fundamentos de CSN

A combinação de um negócio cíclico, o apetite da empresa por investimentos e sua alta alavancagem cria um perfil desafiador de risco-retorno para os papéis da CSN. “O elevado capex, combinado com as entregas de contratos de minério de ferro pré-pagos, deve resultar em fluxo de caixa livre negativo até 2028 e sem dividendos nos próximos anos”, projetam os analistas do Morgan Stanley, que também veem riscos de execução no principal projeto de crescimento da empresa – o P15.

Além disso, a lucratividade continuará limitada com a elevada competição com aços importados e pressão nos preços. As ações da CSN são negociadas a 6,8x o EV/EBITDA estimado para 2026, acima da média histórica de 5 anos de 4,5x.

Os fundamentos de Usiminas

Embora o Morgan Stanley observe uma relação de risco-retorno positivo nas ações de Usiminas, os analistas do banco americano acreditam ser improvável que haja uma reavaliação no curto prazo em meio ao cenário de pressão dos preços do aço doméstico. O bom desempenho em custos não deve superar as condições desafiadoras de preços, o que deve limitar a lucratividade.

A ação da Usiminas é negociada, na avaliação do banco, a 4,3x e 4,2x do EV/EBITDA estimado para 2025 e 2026, ligeiramente acima da média de 5 anos do EV/EBITDA de 4,1x.

Os fundamentos de Gerdau

O benefício das tarifas de importação de aço nos EUA deve superar as pressões de preços no Brasil para a Gerdau, segundo o Morgan Stanley. Além disso, a empresa está bem-posicionada internamente para o mercado de aço longo, cujas importações crescem menos do que as de aço plano, enquanto a absorção pela demanda geral permanece em níveis mais controlados.

“Acreditamos que a Gerdau se beneficiará dessa tendência, dada sua exposição de 60 a 70% ao aço longo”, dizem os analistas do banco americano.

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